Cúpula da Câmara se irrita com discurso de Lula - 30/06/2025 - Poder

A cúpula da Câmara dos Deputados se incomodou com o discurso do presidente Lula (PT) e de integrantes do governo que classifica o Congresso como defensor dos ricos, enquanto o governo petista estaria a favor dos mais pobres, e passou a cobrar uma pacificação, com o alerta de que o "pacote eleitoral" prometido para 2026 depende do Legislativo.

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Lula pretende melhorar sua popularidade e chegar com mais força para a reeleição sustentado por um pacote de ações, como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000, a ampliação do auxílio-gás e da gratuidade da conta de luz para mais famílias, além do fortalecimento do Susp (Sistema Único de Segurança Pública).

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Esses projetos todos estão no Congresso, com maior ou menor grau de dificuldade. Deputados aliados ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), dizem que um atrito maior com os parlamentares poderá comprometer o clima para votar essas medidas.

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O relatório do projeto de lei do Imposto de Renda, por exemplo, já teve a apresentação adiada pelo relator, deputado Arthur Lira (PP-AL), e agora não tem data definida para divulgação. Há um impasse sobre a forma de bancar a proposta. O governo defende criar um imposto mínimo sobre rendas acima de R$ 50 mil mensais, mas parte do Congresso é contra.

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O adiamento ocorreu após a Câmara e o Senado derrubarem na quarta-feira (25) o decreto que aumentou o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para elevar a arrecadação. O Executivo avalia agora se recorre ao Judiciário para manter o aumento do imposto ou se promove novos cortes em investimentos, verbas dos ministérios e emendas parlamentares.

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Mas, paralelamente a isso, Lula adotou a estratégia de acusar o Congresso de estar ao lado dos mais ricos, enquanto o governo busca beneficiar os mais pobres. Nesta segunda (30), em ato no Palácio do Planalto, o presidente citou o pacote de medidas e afirmou que quer "fazer com que esse país se transforme num país justo".

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"Nós vamos continuar fazendo justiça social. Podem gritar, podem falar, mas chegou o momento de fazer justiça pelo Brasil", apoiou o ministro Fernando Haddad (Fazenda).

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As falas ocorreram após Motta gravar um vídeo para rebater as críticas e afirmar que "quem alimenta o nós contra eles acaba governando contra todos". Ele ainda disse que "a polarização política tem cansado muita gente, agora querem criar a polarização social".

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Nos bastidores, dois aliados de Motta defendem que o confronto com o Congresso deve ser evitado porque o governo também precisará contar com o presidente da Câmara e com sua base para controlar os trabalhos da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos desvios no INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social).

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Outro assunto que os ataques podem enterrar de vez, segundo esses deputados, é a medida provisória que aumenta impostos sobre bets, fintechs e investimentos hoje isentos. Parte dos aliados de Motta afirma, porém, que essa proposta já enfrenta muita resistência no Congresso e que os ataques mudam pouco o clima de rejeição.

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Motta procurou aliados desde o fim de semana para combinar uma estratégia conjunta em defesa do Legislativo e enviar emissários ao governo em busca de desmobilizar a pressão contra o Congresso nas redes sociais.

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Líder do União Brasil na Câmara, o deputado Pedro Lucas (MA) afirma que o "diálogo é a melhor forma de solucionar os problemas" e que o embate é ruim para os dois lados. "Não sinto que o presidente Hugo quer esticar a corda. Sinto que ele quer sentar, mas com responsabilidade e com honestidade para discutir o problema das despesas", diz.

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Já governistas dizem que não buscaram o embate e que a resposta do PT e do Executivo é uma reação natural à resistência do Legislativo às pautas.

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O PT divulgou na última semana um vídeo sobre pagamento de impostos no qual fala que o governo vai "passar a taxar quem sempre pagou pouco ou quase nada: os super-ricos".

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Um auxiliar de Lula afirma que não há uma cruzada contra o Congresso, muito menos contra Motta, mas que o governo não vai abandonar uma agenda que considera prioritária —e que ela não deve ser encarada como uma agenda contra os parlamentares.

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Outro aliado do petista diz que fazer uma disputa política não significa romper com o Congresso. Ele afirma que uma diz que não interessa ao Palácio do Planalto gerar ruídos com os parlamentares.

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O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), minimizou as críticas de que o governo estaria tensionando a relação com o Congresso ao defender justiça tributária.

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"Direito dele [Motta] de responder, a gente também pode se posicionar. Não é subir o tom, é explicar a nossa posição, o governo precisa explicar a posição que tem para as pessoas entenderem. Não é necessariamente subir o tom", disse a jornalistas nesta segunda, em evento.

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Wagner também disse que esse clima de tensionamento "não deveria" comprometer a pauta do governo no Congresso e citou a reunião do dia 8 de junho em que parlamentares, presidentes das duas Casas e ministros discutiram alternativas ao decreto do IOF.

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"O que estamos fazendo fora das normas? Nada. É bom lembrar que foi feita uma coisa acordada, vocês foram testemunhas na saída [da reunião] daquele domingo. Ali saiu o texto. A rapidez que resolveram derrubar o texto depois de ter havido… Houve um primeiro texto que foi retirado e feito um segundo mais brando, de acordo com a demanda. Mas eles resolveram ir com o PDL [projeto de decreto legislativo]", disse Wagner.

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