A operação policial na cracolândia deve se intensificar na semana que vem, com fiscalização direcionada a estabelecimentos irregulares ou que tenham conexão com atividades ilegais na região central de São Paulo.
“O objetivo é identificar bares, pensões ou qualquer local que sirva de ponto de apoio ao tráfico, ou que não tenha alvará nem condições de salubridade”, diz o vice-governador Felício Ramuth, que coordena ações do governo estadual sobre o tema.
Ele não quis dizer o dia em que a operação ocorrerá, mas disse que será feita com base em ações de inteligência da Polícia Civil e executada também pela Polícia Militar e Guarda Civil Metropolitana.
Segundo Ramuth, um decreto divulgado na última quarta-feira (14) pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) tornou mais ágil essa ação de fiscalização. “O processo de fechamento era muito burocrático”, declarou.
O decreto de Nunes prevê que será fechado de imediato estabelecimento com “atividade que pode acarretar risco à saúde, à segurança e à integridade física de pessoas e bens”. O mesmo ocorrerá onde houver venda de produtos de origem duvidosa, o que inclui drogas.
O vice-governador afirma ainda que não é possível dizer neste momento que a cracolândia acabou na cidade, após o esvaziamento do principal ponto de concentração de usuários, na rua dos Protestantes. “Não vamos cometer esse erro que muitos cometeram”, diz.
O que existe, segundo ele, é um processo gradual de enfraquecimento do “ecossistema do crime”. Um dos fatores, para o vice-governador, foi o desmantelamento da favela do Moinho, que serviria como ponto de tráfico.
“Não dá para dizer que houve um único fator. Houve apoio da saúde, 22 mil internações, sendo 1.200 internados agora, além da prisão de mil traficantes, o apoio de câmeras, a prisão do Léo do Moinho [acusado de ser o líder do tráfico na favela]”, declarou.
O processo de acabar com a cracolândia, segundo Ramuth, ainda é de longo prazo. “O que não vamos tolerar é o comércio a céu aberto de drogas. Isso não voltará”.
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