O União Brasil negocia a filiação do deputado Duarte Jr. (PSB-MA), aliado próximo do ministro Flávio Dino (STF) e correligionário do governador Carlos Brandão (PSB), em movimentação que, se concretizada, pode esvaziar o partido de centro-esquerda no Maranhão e atrapalhar sua formação de chapas em 2026.
Duarte Jr. foi o deputado mais votado em São Luís em 2018 e 2022. No ano passado, disputou a Prefeitura da capital maranhense, mas foi derrotado por Eduardo Braide (PSD), que conquistou a reeleição.
A negociação com o parlamentar é confirmada pelo líder do União Brasil na Câmara, deputado Pedro Lucas (MA), que diz ter se aproximado do pessebista nas eleições de 2024. “O Duarte é um grande deputado, que toda bancada gostaria de ter, um defensor das minorias. Ele consegue atingir o consumidor muito forte, foi do Procon, é um nível ‘A’ aqui dentro da Câmara“, afirma.
O líder do União afirma ainda que, no partido, o parlamentar vai se sentir mais confortável e ter mais independência para votar contra o governo.
Duarte Jr. já tem se posicionado contra o Planalto em alguns temas, como nas mudanças na concessão do BPC, no recente aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e assinou o requerimento para criação da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS.
Procurado, Duarte Jr. confirmou as negociações. “Sou muito feliz e tenho muito orgulho de estar no PSB, partido de Miguel Arraes, Eduardo Campos e muitos outros quadros que contribuíram e contribuem significativamente para a boa política brasileira”, diz.
“É onde também tenho mais do que amigos, verdadeiros irmãos, como João Campos, Pedro Campos e Tabata Amaral. Mas me sinto muito honrado também em receber este convite para fazer parte do time do União Brasil.” Ele nega ter conversado sobre dinheiro com o União Brasil.
Caso a negociação se concretize, seria mais um entrave para o PSB conseguir formar chapa em 2026, além de um sinal de esvaziamento do partido, já que ele perderia seu representante do Maranhão na Câmara dos Deputados —as conversas caminham para uma saída amigável com o partido que será presidido por João Campos (PSB).
A possível saída também ocorre no contexto do rompimento entre os grupos de Brandão e Dino, que foi governador. O parlamentar foi aluno do atual ministro do STF e é seu aliado próximo.
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