O escândalo das fraudes bilionárias no INSS está só começando, mas já deu dois recados claros ao presidente da República.
Um deles fala sobre o risco de se nomear um ministro da Previdência com histórico de demissão da pasta do Trabalho por causa de convênios suspeitos com organizações não governamentais. Soa familiar.
O outro aviso diz respeito à ideia de que o problema estaria na comunicação. Não está. No horror que se desenha, vemos a evidência de falha grave na gestão, que no caso atinge área sensível sob todos os aspectos; social, criminal e politicamente falando.
Alcança os vulneráveis de quem Luiz Inácio da Silva (PT) se diz protetor, envolve sindicatos —agremiações com identificação petista, para onde deve ter ido a maior parte do dinheiro— devolve a corrupção à cena renovando memórias sobre crimes do passado e cria um enrosco monumental para os planos eleitorais de 2026.
Ainda não sabemos ao certo quantos aposentados e pensionistas foram lesados, mas pela quantidade de reclamações já registradas, milhares, e o montante até agora apurado (R$ 6,3 bilhões), imagina-se que talvez cheguem à casa dos milhões, aí incluídos os respectivos familiares.
Qual a possibilidade desse pessoal se dispor a teclar o 13 na urna da eleição do ano que vem? Está complicado jogar a coisa só nas costas de Jair Bolsonaro (PL). Afinal, já se demonstrou que executivos nomeados pela atual gestão levaram propina para facilitar as falcatruas.
Isso sem falar no aumento da fila do INSS que Lula prometeu zerar sob a administração de Carlos Lupi, cuja credencial ao posto é a de ser dono do PDT.
Hoje seria difícil renovar o mandato, mas há uma chance de o governo sair dessa ao menos com o benefício da dúvida se interferir firme Previdência, escolher um novo ministro capaz de recuperar a confiança no sistema e devolver às vítimas todo fruto da rapinagem.
Lula perde o timing da reação. Talvez uma CPI seja o impulso que falta para fazê-lo agir à altura do abacaxi.
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