As novas tarifas comerciais impostas pelo governo dos Estados Unidos — anunciadas por Donald Trump como parte de um plano para proteger a indústria americana — devem entrar em vigor já em agosto de 2025. E o Estado do Pará pode ser um dos mais prejudicados.

Com forte dependência da exportação de produtos minerais e da bioeconomia, o Pará corre o risco de sofrer perdas bilionárias em exportações, além de enfrentar redução no emprego e desaceleração em cadeias produtivas locais.

O Pará é líder na exportação de minério de ferro e bauxita (matéria-prima do alumínio). Empresas como Vale, Hydro e Mineração Rio do Norte respondem por grande parte do PIB estadual. Com a imposição de tarifas de até 50% sobre produtos metálicos, o produto paraense pode:

  • Perder competitividade nos EUA em relação a países não tarifados;
  • Sofrer retração na demanda externa, pressionando os preços;
  • Levar a cortes em produção, demissões e suspensão de investimentos.

Bioeconomia e agroindústria também podem sentir o baque

Outros produtos exportados pelo Pará também estão na mira das tarifas ou podem ser afetados indiretamente:

  • Castanha-do-Pará, açaí industrializado, polpas de frutas tropicais, madeira e pescado são nichos em crescimento nos EUA;
  • Com as tarifas, esses itens podem se tornar menos competitivos, abrindo espaço para concorrentes da Ásia ou da América Central.

Impactos em cadeia: logística, arrecadação e empregos

Com menos exportações, portos como Vila do Conde e Barcarena devem registrar queda no volume de embarques. Isso gera:

  • Menor arrecadação de ICMS para o estado e os municípios;
  • Redução de empregos indiretos em logística, transporte e comércio;
  • Enfraquecimento da economia regional, especialmente em cidades dependentes da mineração.

Mesmo diante da gravidade dos impactos, o tema tem recebido pouco destaque na grande imprensa e nas declarações do governo federal. Enquanto isso, a tornozeleira eletrônica de Bolsonaro e as disputas políticas ocupam o centro das atenções.

O Pará, mais uma vez, pode pagar a conta de um embate político-econômico que ocorre longe dos interesses da Amazônia e de seus trabalhadores.



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