Um espetáculo no Teatro Carlos Gomes, às 9h, marca, nesta quarta-feira (23), a abertura oficial do Rio Capital Mundial do Livro, título concedido à cidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). As últimas cidades selecionadas pela Unesco foram Sharjah (2019), Kuala Lumpur (2020), Tbilisi (2021), Guadalajara (2022), Accra (2023) e Estrasburgo (2024).

No Teatro Carlos Gomes, haverá performances artísticas sobre a obra de autores da literatura brasileira. A solenidade terá autoridades, representantes da Unesco e nomes do cenário cultural do Brasil. O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, receberá o título oficial das mãos da prefeita de Estrasburgo, na França, Jeanne Barseghian.

Durante o período de um ano, o Rio terá uma agenda de eventos e ações para formular novas políticas públicas de leitura. A prefeitura coloca como destaque da agenda a Bienal do Livro, de 13 a 22 de junho, e uma edição especial do Prêmio Jabuti, realizada pela primeira vez no Rio de Janeiro. 

A programação inclui ainda atividades em bibliotecas municipais, exposições em museus, cafés literários, saraus, ações em livrarias e feiras literárias e intervenções culturais nos principais terminais de transporte público da cidade.

A Secretaria de Cultura anunciou que beneficiará 50 mil pessoas com políticas nacionais de fomento à cultura. Entre as ações, estão os projetos Noite com Livros; o Book Parade Rio 2025; o Rio de Livros e a Academia Editorial Jr.

Dia Mundial do Livro

Desde 1995, o dia 23 de abril também marca o Dia Mundial do Livro e dos Direitos Autorais. No Rio de Janeiro, a data será comemorada na Casa Firjan, em Botafogo, com o evento gratuito O Rio em verso e prosa, que oferecerá atividades literárias para todas as idades.

A programação da Casa Firjan inclui contações de histórias, intervenções artístico-literárias, apresentação teatral e outras vivências que convidam o público a refletir sobre a literatura como caminho para o conhecimento, a cultura e a construção da identidade.

No evento, será lançado o livro Falando sério sobre adolescência, de Thalita Rebouças e Renato Caminha, com sessão de autógrafos. E, no fim da tarde, uma mesa literária com dois vencedores do Prêmio Jabuti: Raphael Montes, autor da novela Beleza Fatal, e Fabrício Carpinejar, com mais de 1 milhão de livros vendidos.

Poucos leitores

O título dado ao Rio de Janeiro é uma oportunidade para repensar os programas de leitura e de acesso aos livros em todo o país. A 6⁠ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada em 2024, mostra que houve uma redução de 6,7 milhões de leitores no país. 

O levantamento realizado pelo Instituto Pró-Livro também indicou que a proporção de não leitores foi maior do que a de leitores pela primeira vez na série histórica.

Nos três meses anteriores à pesquisa, 53% das pessoas não leram nem parte de um livro, seja impresso ou digital, de qualquer gênero, incluindo livros didáticos e religiosos. Considerando apenas livros inteiros lidos no mesmo período, o percentual foi de 27%.

A pesquisa foi feita em 208 municípios. A maioria dos leitores corresponde ao gênero feminino (50,4%), sendo a faixa etária de 11 anos a 13 anos a que mais lê (81%). A Região Sul apresentou a maior proporção de leitores (53%). Em seguida, surgem as regiões Norte (48%), Centro-Oeste (47%), Sudeste (46%) e Nordeste (43%).

Outra questão a ser considerada é o preço dos livros e a capacidade de compra dos consumidores brasileiros. O 9º Painel de Varejo de Livros no Brasil, produzido pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), mostrou que o preço médio do livro no país subiu 12,20%, atingindo R$ 51,48.

Outra pesquisa, da Câmara Brasileira do Livro (CBL), reforça os dados do Snel. No último balanço, apenas 16% da população brasileira acima de 18 anos de idade diz ter comprado ao menos um livro nos últimos 12 meses.



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