Considerado o braço-direito de Frederick Wassef, ex-advogado do clã Bolsonaro, Edevaldo Oliveira, 63, anunciou sua renúncia ao cargo de presidente do PL de Atibaia (SP), alegando que o defensor vinha usando de sua influência sobre a prefeitura para promover “interesses pessoais”.
“Tomo essa decisão por uma razão simples, contudo, gravíssima: tornou-se insustentável representar a direita em Atibaia diante da atuação descompromissada do dr. Frederick Wassef, coordenador regional do PL em São Paulo e responsável partidário pelo PL de Atibaia, que passou a utilizar o partido e sua influência na cidade como ferramentas de interesses pessoais, ignorando completamente o compromisso assumido com os eleitores conservadores e bolsonaristas”, escreveu Oliveira em seu Instagram no domingo (22).
Procurado, o PL nacional afirmou, em nota, que Oliveira não apresentou nenhum pedido de renúncia e que ele não ocupava o cargo desde fevereiro deste ano. A informação consta no sistema partidário do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). “No caso de Atibaia, a nova composição da Comissão Executiva Municipal ainda não foi indicada pelo grupo político responsável pela cidade”, diz o texto enviado pelo partido.
Oliveira assumiu a presidência do PL na cidade em julho de 2024 e atuou pela campanha do advogado Daniel Martini (PL) a prefeito. Foi Wassef quem articulou tanto a ida de Martini para o PL como a sua candidatura à prefeitura da cidade. Ele foi eleito com 37,9 mil votos (48,22%).
Com influência junto a Martini, Wassef indicou secretários à gestão e participa de reuniões na prefeitura, segundo aliados. Na postagem, Oliveira disse que, enquanto presidente do PL na cidade, não teve nenhuma participação em decisões da atual gestão e que Wassef “concentrou tudo em suas mãos”.
“Fiz parte de um grupo empenhado na mudança da velha política em Atibaia. Apoiamos a campanha e vitória da atual gestão com o firme propósito de honrar os valores de Jair Messias Bolsonaro e Flávio Bolsonaro. Todavia, o que vimos após a eleição foi o completo afastamento desses ideais”, escreveu ele.
Ex-policial rodoviário federal e advogado criminalista, Oliveira vive em Atibaia, onde também possui um escritório de advocacia. Segundo o jornal O Globo, ele ajudou a esconder em Atibaia, na casa de Wassef, Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro (PL) e pivô da investigação de suspeita de rachadinha no gabinete dele na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
Oliveira também atuou na defesa de Queiroz após ele ter sido descoberto na casa de Wassef na cidade, em 2020, e preso. No Instagram do advogado, há diversas fotos de Queiroz, a quem ele se refere como “grande amigo”
Procurados pelo Painel, Oliveira, Wassef e a Prefeitura de Atibaia não retornaram à reportagem.
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