Doação, autorizada pela família, vai salvar vidas e simboliza avanço na política estadual de saúde pública e humanização


O Hospital da Mulher do Pará (HMPA) realizou, nesta quarta-feira (23), sua primeira captação de órgãos para transplante. A doação, autorizada pela família da doadora, representa um gesto de solidariedade que traz esperança a pacientes que aguardam por um transplante — e salva vidas. O momento foi acompanhado pelos familiares da doadora.

Para a diretora-geral do HMPA, médica intensivista Nelma Machado, a captação inédita reforça o compromisso da unidade hospitalar com a rede de apoio à doação e transplantes no estado.
“Com essa captação, vemos a concretização de um trabalho em rede, com a capacitação das equipes de saúde e médicos para identificar possíveis doações em menos de dois meses de atividade. Realizamos o diagnóstico, acolhemos a família — que concordou com a doação — e agora concretizamos a captação. Essa conquista reafirma nosso compromisso com uma medicina mais humana, centrada no cuidado integral e na valorização da vida”, ressaltou.


A diretora também destacou que a conscientização da população sobre a importância da doação é fundamental. Segundo ela, o diálogo e o acolhimento às famílias fazem toda a diferença para que mais vidas possam ser salvas.

“É um marco, porque sabemos que a doação é um ato de amor. Estamos trabalhando em rede para orientar e apoiar nesse momento tão sensível, incentivando as pessoas a conversarem com seus familiares sobre o desejo de serem doadoras. Isso faz com que, em momentos como este, outras famílias possam receber a chance de tirar um ente querido da hemodiálise, de um transplante de fígado ou de uma fila de córnea. A doação de órgãos é um ato tão grandioso que não conseguimos mensurar seu valor”, declarou.

A ação foi coordenada pela equipe da Central Estadual de Transplantes (CET), vinculada à Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), responsável por organizar e conduzir os protocolos de doação no Pará. Os órgãos captados serão destinados prioritariamente a pacientes locais, conforme estabelece a legislação e o sistema de regulação nacional.


A CET tem intensificado ações de sensibilização da população e de capacitação de profissionais de saúde, além de firmar parcerias com hospitais aptos a integrar esse trabalho.

“O avanço no Pará está alinhado ao modelo nacional de transplantes, que faz do Brasil o segundo maior transplantador de órgãos do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Isso também reflete a força da rede pública de saúde no estado, que oferece assistência integral e gratuita aos pacientes. Os resultados positivos dos últimos anos são fruto de um esforço coletivo entre profissionais de saúde, governo e sociedade, promovendo esperança para quem aguarda por um transplante”, destacou Alfredo Abud, coordenador da Central Estadual de Transplantes da Sespa.


Como forma de homenagear a generosidade da doadora e o gesto de empatia da família, profissionais do hospital formaram um corredor humano. O momento simbólico e comovente reuniu a equipe envolvida para prestar reverência à passagem da doadora, com aplausos e respeito. A homenagem reforçou a grandeza de um ato que transforma a dor da perda em esperança para outras famílias.


Roseneide Barbosa, familiar da doadora, relatou que, embora o momento seja difícil, o sentimento é de gratidão. Ela lembrou que, há 15 anos, um parente seu também precisou de um transplante. “É um momento doloroso, porém gratificante. Estamos tendo a oportunidade de ajudar novas famílias, assim como fomos ajudados. Minha sobrinha passou quase três anos na fila e foi agraciada por uma família generosa, como agora somos nós que estamos aqui”, contou, emocionada.



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