A operadora de rede elétrica espanhola Redeia culpou as usinas elétricas pelo enorme apagão que afetou a Península Ibérica em abril, ao contestar um relatório do governo que afirma que sua falha em calcular a combinação correta de energia foi um fator fundamental.

Embora concorde que um pico de tensão tenha sido a causa imediata da interrupção, a Redeia, proprietária da REE, culpou algumas usinas convencionais – usinas térmicas que utilizam carvão, gás e energia nuclear – por não terem ajudado a manter uma tensão adequada.

“Com base em nossos cálculos, havia capacidade suficiente de controle de tensão planejada” pela Redeia, disse a chefe de operações, Concha Sánchez, em uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira (18).

“Se as usinas convencionais tivessem feito seu trabalho de controlar a tensão, não teria havido apagão”, disse ela.

A Redeia, que é parcialmente estatal, também encontrou anomalias no desligamento de usinas de energia no período que antecedeu a interrupção de 28 de abril, embora a tensão no sistema estivesse dentro dos limites legais, disse Sánchez.

Uma usina de ciclo combinado que deveria proporcionar estabilidade ao sistema foi desconectada nos primeiros segundos do apagão, quando não deveria, e houve também um crescimento anômalo na demanda da rede de transporte, disse ela.

Contestação

A Aelec, que representa as principais empresas de eletricidade da Espanha, incluindo a Iberdrola e a Endesa, disse em um comunicado na terça-feira (17) que concordava que o controle de tensão era a principal causa da interrupção, mas disse que, como operadora do sistema, a Redeia era a principal responsável pelo controle da tensão.

Nesta quarta-feira, a Redeia divulgou seu próprio relatório completo sobre as causas da queda de energia, um dia depois que o governo espanhol publicou suas conclusões.

O relatório do governo divulgado ontem afirma que o erro de cálculo da Redeia foi um dos fatores que prejudicaram a capacidade da rede de lidar com um aumento de tensão que levou à interrupção que causou a pane em cidades da Península Ibérica. O apagão deixou dezenas de milhares de pessoas presas em trens durante a noite ou em elevadores.

Mas Sánchez disse que o sistema estava em “condições absolutamente normais” ao meio-dia, pouco antes do apagão, e que acrescentar outra usina de gás ao sistema para absorver a tensão adicional não teria feito diferença.

Na mesma coletiva, a diretora da Redeia, Beatriz Corredor, disse que tinha absoluta confiança nos cálculos da empresa e que a operadora havia cumprido todos os procedimentos e regras.

“A Red Electrica não violou nenhum procedimento e agiu com diligência”, disse o presidente-executivo, Roberto García Merino, na coletiva, acrescentando que, como resultado, ele não esperava que a empresa fosse objeto de reclamações formais.



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