O ministro Alexandre de Moraes está cada vez mais isolado dentro do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo informações reveladas pelo portal Poder360, a maioria dos ministros da Corte se recusou a assinar a carta de solidariedade elaborada pelo presidente Luís Roberto Barroso em defesa de Moraes, após ele ter sido incluído nas sanções da chamada Lei Magnitsky, dos Estados Unidos.
De acordo com a apuração, apenas quatro ministros além de Barroso teriam demonstrado apoio formal: Edson Fachin, Gilmar Mendes, Flávio Dino e Cármen Lúcia. Os demais preferiram o silêncio. Isso demonstra um racha interno no Supremo e evidencia que Moraes não possui maioria entre os pares nem mesmo em temas que tocam diretamente sua atuação.
A tentativa de Barroso de articular um gesto público de unidade foi frustrada. Ainda segundo a reportagem, houve ministros que disseram não concordar com os métodos e decisões recentes de Moraes. O recado foi claro: não haverá blindagem automática dentro da Corte para decisões que estejam no limite – ou além – das competências constitucionais.
A falta de apoio maciço também pode ser lida como um reflexo do desgaste de imagem que Moraes vem enfrentando, tanto no meio jurídico quanto na opinião pública, diante de acusações de censura, prisões políticas e uso excessivo de medidas cautelares.
A crise de isolamento político de Moraes também se refletiu em um episódio recente: o jantar oferecido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a ministros do STF. Estiveram ausentes figuras importantes da Corte: André Mendonça, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Luiz Fux e Nunes Marques.
As ausências reforçaram o clima de divisão e desconforto nos bastidores do Supremo. Parte dos ministros não deseja associar-se a gestos públicos de solidariedade institucional a Moraes, em especial após o aumento das críticas nacionais e internacionais por sua condução de inquéritos que atingem adversários políticos do governo.
Enquanto isso, a pressão internacional cresce. Os EUA, sob influência do ex-presidente Donald Trump e do Partido Republicano, incluíram Alexandre de Moraes em uma lista de sanções que apontam “graves violações de direitos humanos e liberdades fundamentais”.
