Não foi o PAC, nem um discurso inflamado no sertão. Foi Trump sim, ele mesmo quem deu a Lula um empurrãozinho nos números. A última pesquisa Genial/Quaest divulgada no dia 16 de julho, mostrou que a aprovação do presidente brasileiro subiu três pontos percentuais alcançando 43%, após o tarifaço anunciado pelo presidente americano contra produtos do Brasil. No embate internacional, Lula vestiu a faixa, ergueu a voz, e o eleitor ouviu.
Curiosamente, o gesto hostil de Trump acabou funcionando como palanque para o petista. De volta ao seu terreno preferido o da soberania nacional, Lula reagiu como manda o figurino: peito aberto, indignação medida e fala para o povo. E o povo respondeu. A desaprovação caiu caiu de 57% para 53%, a aprovação cresceu, e pela primeira vez em um ano o Planalto vê uma curva ascendente nos gráficos.
A mudança foi puxada, especialmente, pelo eleitorado feminino. Neste grupo, a desaprovação passou de 54% para 49%, enquanto a aprovação subiu de 42% para 46%. Entre os homens, a aprovação permaneceu estável, em 39%, enquanto a desaprovação caiu um ponto, passando de 59% para 58%.
É uma ironia da política global: o mesmo Trump que jogou pedras abriu caminho para que Lula ganhasse aplausos. Como se dissesse, sem querer, “defende teu povo”, e Lula não perdeu o timing. O tabuleiro internacional, por vezes, interfere mais que os debates domésticos. E, nesse xadrez, o presidente brasileiro parece ter feito um bom lance.