Quando 2025 terminar, o governo Lula terá destinado quase R$ 1 trilhão em juros a uma minoria que tem dinheiro aplicado no banco. Será praticamente o mesmo valor orçado neste ano aos pagamentos da Previdência para 41 milhões de benefícios mensais, sendo 23,5 milhões a aposentados.
A esplêndida concentração de renda ocorrerá pelo juro elevado do Banco Central, agora gerido por alguém que Lula escolheu. Hoje, aplicações conservadoras pagam quase 9% ao ano acima da inflação.
O juro está alto (Selic a 14,75%) porque o BC tenta domar uma inflação persistente, reflexo da economia aquecida além da conta. Ela está assim porque Lula inventa periodicamente meios de fornecer à população mais dinheiro público –ou privado, caso recente do crédito consignado a empregados formais.
Esse cabo de guerra entre o BC e Lula retarda a queda da inflação e dos juros cavalares e ainda é incerto se os preços serão controlados. Garantido é que, mesmo que o BC consiga, as taxas não devem cair muito. Há uma tendência na praça global contrária a isso.
EUA e China, as duas maiores economias, devem hoje o equivalente a 100% de seus PIBs e mantêm déficits elevadíssimos. A consequência é que têm pago juros maiores para se financiar, levando investidores a cobrar um prêmio de risco acima das taxas americanas para comprar títulos do Brasil e demais emergentes.
Embora representem 40% do PIB mundial, os emergentes (exceto China) atraem só 7% do portfólio global de investimentos em títulos públicos e ações por conta de terem economias desajustadas e com notas de crédito baixas em relação aos países desenvolvidos –que sugam o grosso dos financiamentos.
Por seu lado, desde que assumiu, Lula aumentou com mais gastos em 4,2 pontos o tamanho da dívida pública, elevando o custo de sua rolagem. Com o presidente entrando no modo eleitoral e o novo cenário internacional, o que não era bom, vai ficar pior.
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