O presidente Lula (PT) defendeu nesta terça-feira (20) o trabalho do ministro da Casa Civil, Rui Costa, em meio a rumores de que o baiano seria o responsável por vazar uma fala da primeira-dama, Janja, após um jantar da comitiva brasileira e com o líder da China, Xi Jinping.
Janja teria citado efeitos nocivos do TikTok, plataforma chinesa, o que teria causado desconforto entre os presentes.
Lula demonstrou irritação com a divulgação, questionou em público quem “teve a pachorra” de vazar a conversa e afirmou que a fala acerca da rede social foi feita por ele, e a primeira-dama teria apenas complementado.
Segundo a coluna Mônica Bergamo, a suspeita interna sobre a autoria do vazamento recaiu sobre Rui Costa. O chefe da Casa Civil negou a hipótese “com veemência”.
Nesta terça, em evento com prefeitos, o presidente disse que “o Rui é tratado como se fosse um cara que não deixa as coisas acontecerem”.
“Quando, na verdade, todos vocês, prefeitos, devem ter um secretário que tem o mesmo papel que o chefe da Casa Civil”, disse na Marcha dos Prefeitos em Brasília, evento no qual Lula foi vaiado e aplaudido pelos presentes.
“Quero aproveitar, na frente dos prefeitos, agradecer o papel importante e relevante do Rui Costa, o governador mais bem sucedido da Bahia joga no meu governo.”
A Marcha dos Prefeitos reúne todo ano gestores municipais de todo o país. Houve a presença em peso de ministros da Esplanada, além dos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
Uma das principais demandas da categoria neste momento é a aprovação da PEC 66, que tramita no Congresso e visa estabelecer o pagamento de precatórios pelos municípios, além de abrir um novo prazo para pagamento das dívidas dos municípios com seus regimes próprios de previdência social.
Em seu discurso, Motta afirmou aos prefeitos que a PEC é uma das pautas que estão no horizonte do Legislativo e fez falas enaltecendo o municipalismo.
Lula, por sua vez, falou sobre a responsabilidade dos gestores municipais, em meio a demandas dos municípios por uma flexibilização nas regras de pagamento de emendas parlamentares. O tema tem sido tratado no STF (Supremo Tribunal Federal).
“É preciso que a gente aprenda de uma vez por todas que os problemas que nós temos têm que ser resolvidos numa mesa de negociação e não no Judiciário”, declarou. “As coisas só têm que ir para o Judiciário quando nossa capacidade política for exaurida.”
Antes de Lula, o presidente da CNM (Confederação Nacional dos Municípios), Paulo Ziulkoski, discursou sobre as demandas dos prefeitos e sugeriu que o petista “abrisse o olho”, ao criticar o limite imposto às emendas parlamentares pelo STF.