No Dia Nacional de Conscientização da Cardiopatia Congênita, a instituição reforça a importância do diagnóstico precoce para salvar vidas
Neste 12 de junho, Dia Nacional de Conscientização da Cardiopatia Congênita, o Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (HC), referência em cardiologia pediátrica no Pará e em toda a Região Norte, reforçou a importância do diagnóstico precoce e do tratamento especializado das malformações cardíacas presentes desde o nascimento.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Sociedade Brasileira de Cardiologia, cerca de 29 mil crianças nascem todos os anos com cardiopatias congênitas no Brasil. A condição atinge 1 em cada 100 bebês e metade dos casos exige cirurgia ainda no primeiro ano de vida.


A cardiopediatra Josélia Mansour, chefe da Clínica Pediátrica do HC, explica que o rastreio pode começar ainda durante a gestação. “No pré-natal, o exame morfológico do segundo trimestre já avalia a estrutura do coração. O ecocardiograma fetal é mais detalhado e faz parte da rotina em muitas maternidades. Após o nascimento, temos o teste do coraçãozinho, obrigatório desde 2021, que ajuda a identificar as cardiopatias mais graves”, destacou.
Mesmo com os avanços, a especialista alerta que os pais devem estar atentos a sintomas como coloração arroxeada da pele, cansaço ao mamar, sudorese excessiva, dificuldade para ganhar peso e infecções pulmonares frequentes. “As cardiopatias podem ser simples, moderadas ou complexas, mas todas exigem acompanhamento médico especializado para garantir qualidade de vida à criança”, reforçou.
Referência regional – No HC, as crianças com cardiopatias recebem acompanhamento multiprofissional desde a primeira avaliação até cirurgias e procedimentos complexos, como cateterismos. O hospital é referência para o Pará e estados vizinhos na Região Norte.


O atendimento especializado faz diferença na vida de famílias como a de Eliel Pereira de Oliveira Júnior, de 11 anos, que já passou por quatro procedimentos cardíacos. “Foi desesperador no início, mas fomos acolhidos aqui. Hoje ele vive bem, dentro das limitações. O segredo é seguir o tratamento e nunca deixar de observar os sinais”, relatou a mãe, Irisvânia.


Outro exemplo é o adolescente Davi dos Santos, de 13 anos, internado no hospital desde o dia 9 de junho à espera de cirurgia. O pai, Fernando dos Santos, lembra as dificuldades desde o nascimento prematuro do filho. “Se cuidar direitinho desde cedo, eles vencem. Agora é esperar com fé”, disse.
Formação e capacitação – Além da assistência direta, o Hospital de Clínicas também investe na formação de profissionais. Nos dias 22 e 23 de agosto, promoverá a 3ª Jornada de Cardiologia Pediátrica, evento multiprofissional que vai reunir especialistas locais e nacionais para debater avanços e boas práticas no cuidado de crianças cardiopatas.
“O objetivo é capacitar mais profissionais para que o diagnóstico e o tratamento sejam feitos de forma precoce e segura. Precisamos falar sobre isso e preparar nossos serviços para acolher essas crianças e suas famílias com qualidade e responsabilidade”, finalizou Josélia Mansour.