O método é eficaz, não altera a fertilidade da mulher e pode ser retirado a qualquer momento


“Eu sempre pesquisei muito sobre o DIU, mas foi minha tia que soube da ação do ‘Por Todas Elas’, na Usina do Icuí, e me avisou. Uma semana depois já ligaram informando sobre o cadastro para sermos encaminhadas para o hospital. Foi a primeira vez que vim aqui, só tinha ouvido falar. Fomos muito bem recebidas. A assistente social e a médica foram muito atenciosas, tiraram várias dúvidas minhas, porque eu tava muito nervosa”.
O relato é de Jovana Moraes, de 22 anos, moradora de Ananindeua, uma das primeiras mulheres a realizar o implante do Dispositivo Intrauterino (DIU) no Hospital da Mulher do Pará (HMPA). Ela chegou à unidade de saúde, especializada em saúde feminina, acompanhada da tia, que também fez o procedimento.
É muito importante esse serviço que estão disponibilizando para nós, ainda mais nesse momento de crise financeira. Quando aparece uma chance dessas, não dá pra perdermos”, completou Jovana, após ter feito o procedimento.
A tia de Jovana, a autônoma Jandira Dias, de 40 anos, também moradora de Ananindeua, ficou animada com a possibilidade do implante e conta que não pensa em ter uma nova gestação, neste momento.
“Eu já tinha ouvido falar do DIU depois que tive o meu segundo filho, mas não me interessei na época. Quando tive o meu caçula, comecei a pensar melhor, porque estou com 40 anos e tenho os meus três filhos, não penso em engravidar agora de novo. Já usei muito anticoncepcional, então decidi parar e mesmo usando preservativo, o DIU é uma segurança a mais”, contou.
O serviço de implantação do DIU, iniciado recentemente no HMPA, integra a nova linha de atendimento do hospital voltada ao planejamento familiar. Todo o processo é conduzido com foco no acolhimento e na orientação das pacientes.
“Esse serviço começa com o setor de Serviço Social, responsável por realizar o acolhimento, a orientação inicial e a entrega dos termos necessários. Depois disso, a paciente é encaminhada para consulta com o médico, onde ocorre o implante, explicou a diretora-geral do hospital, a médica intensivista Nelma Machado.
Segundo a diretora, o DIU representa uma opção segura, gratuita e de longo prazo para quem deseja ter mais autonomia sobre sua saúde reprodutiva.
“O planejamento familiar passa a ser mais uma das linhas de atendimento do hospital. Essa linha se inicia nos ambulatórios das unidades básicas de saúde do Estado e também em nosso hospital. Atendemos inclusive situações mais complexas, em que as pacientes precisam de mais suporte, e atuamos como referência para orientar e capacitar a rede”, destacou a gestora.
O DIU pode ser mantido por até 10 anos e exige acompanhamento regular. “É necessário fazer um acompanhamento a cada semestre com ultrassonografia e consultas. No início, podem surgir sintomas, típicos da adaptação ao implante, mas são passageiros. Trata-se de um método extremamente seguro, que permite que as mulheres organizem sua vida reprodutiva e escolham o melhor momento para a maternidade”, concluiu a médica.
O HMPA reforça que o acesso ao método é gratuito, garantido pelo SUS, e que mais mulheres podem se beneficiar do serviço, por meio de encaminhamentos da rede estadual de saúde.
Serviço – Para ser atendida no Hospital da Mulher, a paciente deve inicialmente buscar atendimento em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) ou outra unidade de saúde no município onde reside e região mais próxima, além do encaminhamento médico das Usinas da Paz. O Hospital da Mulher do Pará está localizado na Av. Gentil Bittencourt, n° 2175. Bairro: São Brás.