O maior escândalo recente envolvendo a Previdência Social brasileira acaba de completar 3 meses e 1 dia, desde que foi exposto ao país por meio da Operação Sem Desconto, deflagrada em 23 de abril de 2025 pela Polícia Federal e Controladoria-Geral da União (CGU).
O esquema revelou uma verdadeira máquina de fraude operando dentro e fora do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), responsável por aplicar descontos indevidos em aposentadorias, pensões e outros benefícios sem o consentimento dos segurados. Beneficiários relatam perdas que somam milhares de reais ao longo dos últimos anos, com a participação suspeita de servidores, associações fantasmas e entidades de fachada.
Milhares de vítimas e danos ainda sem reparação
Segundo dados da CGU, o esquema pode ter atingido mais de 800 mil beneficiários, com prejuízos que ultrapassam R$ 1 bilhão. Mesmo após 3 meses da revelação, muitos aposentados seguem sem devolução dos valores indevidamente subtraídos. A indignação cresce nas redes sociais, onde familiares e vítimas cobram providências.
Presidente afastado e investigações em curso
No dia da operação, o então presidente do INSS foi afastado por ordem judicial, e desde então, os inquéritos seguem avançando em sigilo. Já foram identificados contratos fraudulentos, repasse de dados confidenciais e cumplicidade de servidores públicos, inclusive com suspeita de rachadinhas e corrupção ativa e passiva.
O governo federal prometeu criar um mecanismo para indenização automática, mas até o momento, nenhuma ação concreta foi efetivada. O Ministério da Previdência também não anunciou medidas eficazes para blindar o sistema contra novos ataques.
Enquanto isso, o silêncio das autoridades sobre prazos, punições e ressarcimentos alimenta a revolta popular. Parlamentares da oposição classificaram o caso como “a maior traição aos idosos do Brasil” e cobram uma CPI do INSS no Congresso Nacional.
Para os atingidos, a espera é dolorosa: muitos dependem exclusivamente do benefício para sobreviver. E agora, além do impacto financeiro, enfrentam a falta de respostas e o descaso institucional.