Em votação surpreendente, Merz não se reelege chanceler alemão


O líder conservador alemão Friedrich Merz não conseguiu obter votos parlamentares suficientes para se tornar chanceler nesta terça-feira (6), em um grande revés que colocou a política da maior economia da Europa mais uma vez em desordem.ebc Em votação surpreendente, Merz não se reelege chanceler alemãoebc Em votação surpreendente, Merz não se reelege chanceler alemão

Merz, de 69 anos, que levou seus conservadores da União Democrata-Cristã e a União Social-Cristã (CDU/CSU) à vitória nas eleições federais em fevereiro e assinou um acordo de coalizão com os social-democratas (SPD), de centro-esquerda, obteve apenas 310 votos na votação secreta da câmara baixa, o Bundestag, seis a menos do que a maioria absoluta. 

Isso significa que pelo menos 18 parlamentares da coalizão não o apoiaram.

Embora não seja um revés definitivo, o fracasso de Merz em obter o apoio do Parlamento na primeira vez que foi solicitado é o primeiro na Alemanha do pós-guerra e um constrangimento para um homem que prometeu retomar o crescimento econômico em um momento de turbulência global.

Mais imediatamente, isso colocou em dúvida as viagens que Merz havia planejado para França e Polônia na quarta-feira como novo chanceler.

Nove parlamentares se abstiveram, enquanto 307 votaram contra Merz, disse a presidente do Bundestag, Julia Kloeckner.

Merz, visivelmente chocado, levantou-se para conversar com seus colegas. Na segunda-feira (5), membros do partido expressaram confiança de que ele garantiria a maioria.

Kloeckner suspendeu a sessão parlamentar para permitir que os partidos decidam como proceder. É improvável que haja outra votação nesta terça-feira.

“Essa é uma negativa significativa. É provável que ele (Merz) ainda seja eleito, mas isso mostra que a coalizão não está unida, o que pode enfraquecer sua capacidade de conseguir políticas”, disse Holger Schmieding, economista-chefe da Berenberg em Londres.

As ações alemãs ampliaram sua queda em relação aos níveis quase recordes e os rendimentos dos títulos caíram

Após a eleição em fevereiro, Merz havia garantido uma legislação estruturada para um enorme programa de empréstimos com foco em defesa e infraestrutura. Entretanto, alguns de seus partidários ficaram insatisfeitos com a flexibilização dos limites de empréstimos.

Novo chanceler

“O governo ainda precisa convencer seus próprios partidários de que será capaz de cumprir o prometido”, afirmou Carsten Brzeski, chefe global de pesquisa macro e economista-chefe da zona do euro do ING.

“A votação fracassada é claramente um sinal de que nem todos na CDU concordam com a reviravolta fiscal.”

O Bundestag tem agora 14 dias para eleger Merz ou outro chanceler.

“O fato de Merz ter fracassado na primeira rodada de votação envia um sinal devastador para a sociedade e a economia: os partidos não estão unidas”, disse Jens Suedekum, do Instituto de Economia da Concorrência de Duesseldorf (DICE).

Os correligionários conservadores de Merz venceram as eleições de fevereiro com 28,5% dos votos, o que os deixou com a necessidade de pelo menos um parceiro para formar um governo majoritário.

Na segunda-feira, eles assinaram um acordo de coalizão com o SPD, que obteve apenas 16,4% dos votos, prometendo reformar a Alemanha.

Mas ambos os partidos perderam apoio desde seus desempenhos já desanimadores em fevereiro, com a Alternativa para a Alemanha, de extrema-direita, que ficou em segundo lugar, liderando algumas pesquisas recentes.



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