Próximos de completar 70 anos, voluntários encerram ciclo com gesto simbólico e convocam jovens para manter viva a corrente solidária

Por Aline Seabra (HEMOPA)

13/06/2025 16h40

Daniel Leal

Há doadores que dedicaram décadas de suas vidas ao gesto de salvar vidas por meio da doação de sangue. Agora, próximos de completar 70 anos — idade-limite para realizar o procedimento — esses verdadeiros pilares da solidariedade começam a se despedir das salas de coleta, mas não sem antes deixar um importante legado: a missão de “passar o bastão” para uma nova geração.

Cida Salgado

Para a assistente social da Fundação Hemopa, Cida Salgado, esse momento é mais que uma despedida, é uma homenagem. “É o momento de agradecer aos nossos doadores voluntários. São pessoas que contribuíram com saúde e boa vontade. Agora, com o fim da idade permitida para doar, passam a exercer um papel fundamental como multiplicadores, indicando familiares e amigos para continuar esse gesto. As portas do Hemopa estarão sempre abertas para eles, que deixam de ser apenas doadores para se tornarem captadores”, ressaltou.

Exemplo desse ciclo de solidariedade é o engenheiro civil Raimundo Lourinho, de 69 anos, que soma mais de 40 anos como doador voluntário. A primeira doação foi motivada por uma urgência familiar e transformou-se em um compromisso contínuo. Agora, prestes a encerrar sua trajetória como doador, escolheu o vizinho Daniel Leal, de 34 anos, enfermeiro e professor de física, para continuar sua missão.

Raimundo Lourinho

“Sei que ele vai cumprir o que promete, por isso o escolhi”, contou Raimundo. Daniel recebeu a responsabilidade com entusiasmo: “Ele foi doador antes de mim e agora está passando essa missão. Quero honrar esse legado”, garantiu.

Outro exemplo desse elo entre gerações é Rafael Rosa, estudante que decidiu se tornar doador após um convite de Joan Alves, militar da Aeronáutica que também está prestes a se aposentar das doações.

Rafael Rosa

“Me interessei por vontade própria. Considero uma causa muito importante”, destacou Rafael, que defende mais divulgação para ampliar o número de doadores. “Basta vir, fazer o cadastro e ajudar. Se divulgassem mais nas escolas e outros espaços, mais pessoas doariam”, sugeriu.

Joan Alves

Doando há quase 50 anos, Joan deixa uma mensagem simples, mas poderosa: “Doar sangue é um gesto simples, mas que pode salvar vidas e precisa ser multiplicado.”

Serviço: O Hemopa realiza neste sábado (14) uma programação especial em homenagem ao Dia do Doador Voluntário de Sangue, das 8h às 17h, na sede da instituição (Avenida Serzedelo Corrêa, esquina com Rua dos Caripunas, em Belém).

Texto: Felipe Borges (estagiário)  sob supervisão de Aline Seabra – Ascom/Hemopa



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