A CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) para apurar a fraude nos descontos associativos do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) será para o presidente Lula (PT) o que a CPI da Covid foi para o governo Jair Bolsonaro (PL), afirma o senador Marcos Rogério (PL-RO), aliado do ex-presidente.
A CPI da Covid, instalada no Senado, desgastou o governo Bolsonaro ao expor falhas no enfrentamento à doença. Como a Folha mostrou, emails enviados pela Pfizer à CPI da Covid do Senado mostram que o governo só formalizou uma contraproposta ao laboratório em dezembro de 2020. Houve, ainda, uma série de depoimentos negacionistas.
O colegiado produziu um relatório em que propõe o indiciamento de 78 pessoas, incluindo Bolsonaro, e duas empresas.
Marcos Rogério lembra uma máxima de CPI: todo mundo sabe como começa, mas ninguém sabe como termina. “O governo vai fazer de tudo para tentar controlar a CPI. Mas esse tipo de matéria ninguém controla”, diz. “É igual à CPI da Covid. Eu estava lá brigando pelo governo [Bolsonaro] naquela época. O outro lado atropelando tudo. É a situação do INSS. É a Covid do Lula”, afirma.
O senador diz que até a hesitação do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), em instalar o colegiado em uma sessão do Congresso é semelhante. Na CPI da Covid, a então oposição recorreu ao STF (Supremo Tribunal Federal) para que o colegiado saísse do papel. Na época, o presidente da Casa legislativa era Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
A oposição tenta usar a CPMI do INSS para desgastar o governo Lula, que busca reagir associando o início das fraudes em descontos associativos à gestão anterior.
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