A chamada “COP do Agro”, evento que reuniria produtores rurais e políticos em Marabá (PA) um mês antes da COP30 oficial em Belém, foi cancelada na última sexta-feira (6) pela Associação dos Produtores Rurais Independentes da Amazônia (Apria).

Já haviam confirmado presença os governadores Romeu Zema (MG) e Ronaldo Caiado (GO), além de senadores e deputados federais ligados à Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), como Pedro Lupion (PP-PR), Silvia Waïapi (PL-AP) e Wellington Fagundes (PL-MT).

A associação diz que esperava cerca de 5.000 pessoas e que também entregou pessoalmente convites a Jair e Michelle Bolsonaro.

Os organizadores citam como motivos para o cancelamento “perseguição política” do governo paraense de Helder Barbalho (MDB) e “desunião dos produtores rurais” —segundo eles, a categoria tem medo de se manifestar publicamente e se expor.

A secretária-geral da Apria, Ana Flávia Fagundes de Melo, afirma que a associação ligou no dia 27 de maio para o Centro de Convenções Carajás, onde o evento ocorreria em 3 e 4 de outubro, mas recebeu a notícia de que o contrato do espaço seria rescindido.

“Eles disseram que haviam recebido uma notificação do governo [estadual] de que, em outubro e novembro, o local só poderia ficar disponível para eventos da COP oficial”, afirmou ela à coluna. “Mas o nosso encontro ia ser a 570 km de Belém”, acrescentou.

Procurado, o Governo do Pará respondeu que “a Organização Social Pará 2000, que administra o Centro de Convenções Carajás, informa que o local está com agenda reservada para eventos oficiais da COP30 no período e foi preciso cancelar o contrato”.

A Pará 2000 é uma associação privada sem fins lucrativos que atua na gestão de equipamentos turísticos do estado. “O mesmo acontece no Hangar e na Estação das Docas, espaços também administrados pela Pará 2000. O valor adiantado foi devolvido com a multa prevista”, informou.

A secretária-geral da Apria afirma que tentou achar outras datas, mas “arrumaram uma desculpa” e não havia disponibilidade. Produtores rurais sugeriram fazer o encontro em algum local privado, porém a associação “não sentiu segurança” e não quis correr o risco de o evento não acontecer, já que o custo é alto.

A “COP do Agro” pretendia fazer uma espécie de frente narrativa à conferência da ONU, que na visão deles exclui o setor das discussões e o trata como vilão, valorizando mais iniciativas internacionais do que locais. Estavam previstos painéis sobre produção sustentável, regularização fundiária e segurança jurídica para produtores.


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