A Velar, uma das quatro concessionárias que operam o serviço funerário em São Paulo, fez um acordo para indenizar uma família que recebeu o caixão com o corpo de outra pessoa durante o velório no cemitério São Pedro, na Vila Alpina, zona leste da capital.

O acordo foi homologado em março deste ano pelo Tribunal de Justiça. Por ele a Velar deverá pagar R$ 10 mil por pessoa para a viúva e as duas filhas de um homem que morreu no dia 2 de maio de 2024 em decorrência de um infarto.

A família pagou à concessionária R$ 4.750 referente ao serviço de funeral.

No dia 3 de maio do ano passado, familiares e amigos do homem esperavam pela chegada do caixão com o corpo para dar início ao velório. A viúva e as filhas foram surpreendidas ao notarem que outra pessoa estava na urna.

Na ação, as três narram que os funcionários da Velar insistiram que não havia erro, alegando que elas deveriam estar muito abaladas emocionalmente e que, após o falecimento, a mudança de fisionomia é normal.

Depois de muita reclamação, uma equipe técnica abriu a urna, até então lacrada, e os funcionários da Velar teriam feito perguntas quanto a eventuais sinais de identificação.

A sala para o velório precisou ser esvaziada, enquanto os amigos e entes queridos precisaram aguardar do lado de fora.

“Não é preciso muito esforço para se constatar o quão vexatório e doloroso foi para as autoras [mãe e filhas] serem obrigadas a remexerem em um defunto nu, sabidamente estranho, para indicarem locais nos quais o ente querido teria algum sinal de identificação em seu corpo”, escreveu o advogado da família na ação, Paulo Henrique Marques Franco.

Horas depois, narra o advogado, a Velar trouxe o “corpo correto” e fez a troca.

Ao ser citada, a gestão Ricardo Nunes (MDB) disse que é parte ilegítima na ação e cabe ao prestador de serviço público responder pelo dano a terceiro.

A concessão do serviço funerário é alvo de auditoria no TCM (Tribunal de Contas do Município) e é criticada por vereadores da base e da oposição ao prefeito.

Ao Painel, a Velar diz que ocorreu um incidente na clínica que realizou a preparação do corpo para o funeral, com a troca do QR Code de identificação.

“A Velar tomou todas as medidas possíveis para minimizar o incômodo causado à família, que pôde fazer o velório com seu familiar”, diz a concessionária. “Um representante da Velar entrou posteriormente em contato com o representante legal da família e foi firmado um acordo indenizatório entre as partes.”


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