Casa da Cultura de Canaã dos Carajás promove Ciclo Didático e Formativo de Música Popular Paraense
Entre os dias 21 a 23 de outubro, a Casa de Cultura de Canaã dos Carajás realiza o Ciclo Didático e Formativo | Música Popular Paraense com Baile do Mestre Cupijó, uma iniciativa aberta ao público que tem por objetivo fortalecer e difundir a cultura popular amazônica. Ministradas pelos integrantes do Baile do Mestre Cupijó, as oficinas serão divididas entre aulas teóricas e práticas, voltadas para o ensino de percussão e de flauta. A programação inclui práticas musicais e debates e reflexões sobre os ritmos da Amazônia. Ao fim das oficinas, será realizada uma audição pública na Casa da Cultura, marcada para a quinta-feira (23), às 19h.
Gabriela Sobral, diretora da Casa da Cultura de Canaã dos Carajás, aponta que é preciso desenvolver os aspectos identitários amazônicos dentro de sala de aula para fortalecê-los e valorizá-los.
“Os nossos ciclos didáticos trazem o tema ‘Repertórios Amazônicos’ para dentro das salas de aula da Casa da Cultura. Com isso, nosso objetivo é expandir o conhecimento produzido neste território. Acreditamos que é importante a valorização de todas as expressões artísticas e também das nossas identidades amazônicas, muitas vezes, não valorizadas como fonte de produção de arte. Nossos alunos e professores, podem, dessa forma, ter acesso a conteúdos e práticas com artistas que estão trabalhando no mercado musical. Assim inovamos o ensino da arte educação”, defende Gabriela.
JP Diniz, integrante do Baile do Mestre Cupijó e instrutor das oficinas, reflete sobre a necessidade de descentralizar o conhecimento. “Descentralizar o acesso é essencial para que a Amazônia fale de si mesma, com sua própria voz, seu ritmo e sua memória. Durante muito tempo, o conhecimento sobre nossas expressões culturais foi concentrado em centros urbanos ou acadêmicos distantes da realidade amazônica. Levar formação, escuta e troca para cidades como Canaã dos Carajás é uma forma de devolver o protagonismo aos territórios que sustentam essa cultura. O Baile do Mestre Cupijó acredita que o saber não deve ficar restrito: ele precisa circular, vibrar, chegar onde a música pulsa com mais verdade. É assim que fortalecemos a identidade amazônica — criando pontes, e não fronteiras”, afirma.
Para Diniz, a expectativa é que as oficinas sejam mais do que ensino e aprendizagem de técnicas: que sejam oportunidades de troca viva entre mestres, músicos, professores e aprendizes. “Queremos ver nascer novas conexões, novas linguagens e, principalmente, o desejo de continuidade — que cada participante leve adiante o que aprendeu, multiplicando esse conhecimento dentro da própria comunidade. Cada oficina é uma semente: a gente planta, rega com afeto e escuta, e deixa florescer o que a Amazônia tem de mais bonito — sua diversidade e sua força coletiva”, complementa JP.
A diretora Gabriela Sobral também projeta os resultados práticos da ação. “Como resultado, podemos esperar a introdução do gênero música popular paraense no repertório aprendido pelos nossos alunos e também ensinado por professores e profissionais da música. Além disso, será realizado um show de culminância, no qual os participantes da masterclass irão mostrar os conteúdos aprendidos, unindo teoria e prática no ensino da arte-educação”, finaliza.
O pocket show que encerra o ciclo, marcada para o dia 23 de outubro, promete ser um momento de celebração e demonstração prática do conhecimento adquirido, simbolizando a união entre a tradição musical paraense e sua transmissão para novas gerações.
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