O verão amazônico começou, e uma brincadeira passa a ser frequente nesta época do ano: empinar pipas. No entanto, a recreação já foi responsável por diversas reclamações de falta de energia, no Sudeste paraense, além de oferecer riscos de acidentes. De janeiro a maio desse ano, a região teve 1.032 casos de pipa na rede elétrica. O número é considerado alto, tendo em vista que ao longo de 2024 foram registradas 3.116 ocorrências.

Canaã dos Carajás foi a cidade com mais casos de problemas na rede elétrica causados por pipas na região, com 135 ocorrências, seguida de Parauapebas com120 casos, sendo 10 deles no distrito de Rio Vermelho, Tucuruí com 88, Redenção com 83 e Marabá com 82.

O executivo de Serviços Técnicos e Comerciais da Equatorial Pará, Sebastião Oliveira, comenta que a tendência é que os números aumentem principalmente no período das férias escolares. “É preciso trabalhar a conscientização tanto de adultos quanto de crianças. A brincadeira pode causar inúmeros transtornos”, explica.

O principal transtorno à população é a interrupção do fornecimento de energia elétrica. O líder também pontua sobre o uso do cerol nas linhas e chama a atenção para as situações em que as pipas ficam enroscadas na fiação, que causa o desgaste dos materiais por onde passa a corrente elétrica e assim provoca as interrupções no fornecimento.

Outro risco de empinar pipas perto da fiação de energia é o “risco à vida”. “A pessoa pode tomar um choque que pode variar entre 13 mil e 34 mil volts. Nossa orientação é que a brincadeira sempre seja feita em áreas abertas, longe de qualquer tipo de fiação”, comenta Sebastião.

“Infelizmente ainda é comum o uso do cerol, o que torna ainda mais perigosa essa brincadeira. Ele pode provocar curtos circuitos e rompimento de cabos, o que gera a falta de energia. Além disso, é um risco para ciclistas, motociclistas e a população em geral”, pontua o executivo.

Vale lembrar que o uso de cerol (mistura de cola, limalha e vidro moído) ou da “linha chilena” é considerado crime pelo Código Penal Brasileiro. Além disso, o Estado do Pará proibiu o uso, armazenamento, fabricação e venda de linhas com cerol, por meio da lei nº 9.597, de 20 de maio de 2022.

A formulação do cerol pode conter limalha de ferro, substância que provoca curtos-circuitos e choques. Esses tipos de linha também são um risco para ciclistas, motociclistas e a população em geral.

Outras orientações que devem ser seguidas à risca:

– Não solte pipas em canteiros centrais de ruas, avenidas, rodovias ou qualquer lugar onde exista fluxo de veículos;

– Linhas metálicas não devem ser usadas no lugar da linha comum. Nunca use cerol ou a linha “chilena”, elas são proibidas por lei e causam acidentes;

– Não utilize papel alumínio na confecção da pipa. É perigoso, pois este material em contato com os fios provoca curtos-circuitos;

– Caso a pipa enrosque nos fios, é melhor desistir do brinquedo. Tentar recuperá-la representa sério risco, assim como tentar remover a pipa com canos ou bambus;

– Não solte pipa em tempo nublado, principalmente se tiver com chuva. Ela pode funcionar como para-raios, conduzindo energia;

– Não é indicado subir nas lajes das casas para empinar pipa, qualquer distração pode causar uma queda;

– Tenha cuidado com ciclistas e motociclistas, pois as linhas não podem ser vistas e linhas de cerol ou reforçadas podem causar graves acidentes.

Município com maiores números de casos de pipa na rede

Outros municípios que começam a ter aumento de ocorrências são Jacundá com 60, Rondon do Pará com 59, Rio Maria com 43, Xinguara com 41, Tucumã com 40, Novo Repartimento com 39, Dom Eliseu com 38 e São João do Araguaia com 33 casos.

Entre os municípios com os menores números de casos estão Breu Branco com 26, São Félix do Xingu com 22, Eldorado dos Carajás com 20 e Água Azul do Norte com 16.



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