O ex-presidente Jair Bolsonaro compareceu ao STF para seu primeiro depoimento no inquérito conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, que apura supostas tentativas de golpe após as eleições de 2022. Bolsonaro enfrentou o interrogatório com tranquilidade, falas incisivas e até pitadas de ironia. No final, a esquerda saiu sem munição, e o ex-presidente — mais uma vez — mostrou por que ainda é o principal nome da direita no Brasil.
Durante o depoimento, ao rebater acusações de articulação para o caos institucional, Bolsonaro foi direto:
“Se eu almejasse o caos no Brasil, era só ficar quieto.”
A fala desconstrói a principal narrativa da oposição, que insiste em rotular o ex-presidente como articulador dos atos do 8 de janeiro. Bolsonaro, por sua vez, reforçou que sempre atuou para evitar conflitos, mesmo diante da insatisfação popular com os rumos do país.
Em tom descontraído, Bolsonaro comentou sua relação com o núcleo militar do governo:
“Confesso que sou apaixonado pelo General Heleno.”
A declaração arrancou risos entre presentes e viralizou rapidamente nas redes, consolidando mais uma frase de efeito do ex-presidente.


Mas o momento que mais chamou atenção, por sua carga simbólica e de contraste com os hábitos da elite do funcionalismo público, foi quando Bolsonaro comentou os cortes de gastos que realizou durante seu governo:
“Cortei até a energia que aquecia a piscina do Alvorada.”
A frase escancarou a diferença de postura entre sua gestão e as que o sucederam, marcadas por gastos milionários com luxos e reestruturações palacianas. Com isso, Bolsonaro alfinetou tanto os adversários políticos quanto os críticos que o acusam de populismo, deixando claro que sua conduta foi, de fato, austera — até nos detalhes.
No momento de maior sarcasmo, o ex-presidente arrancou risos até de quem acompanhava o depoimento remotamente:
“Eu gostaria de convidá-lo para ser meu vice em 26”, disse Bolsonaro dirigindo-se diretamente a Alexandre de Moraes — um deboche claro às acusações de golpe e à tensão institucional que se criou ao longo de seus últimos anos de governo.
Também houve espaço para recuo estratégico. Ao comentar sobre declarações polêmicas feitas em reuniões ministeriais, Bolsonaro foi objetivo:
“Tanto é que era uma reunião para não ser gravada, um desabafo, uma retórica que eu usei… me desculpe”, sinalizando que suas falas não tinham caráter operacional, mas retórico.
Por: Jorge Clésio, em seu momento ocioso.