Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticaram as declarações da primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, a Janja, sobre a conversa que teve com o presidente da China, Xi Jinping, na qual defendeu a regulação das redes sociais.

Expoentes do bolsonarismo, como o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente, associaram a fala a uma defesa de “censura” nas redes sociais, nos moldes do que é praticado pelo governo do Partido Comunista Chinês.

No podcast da Folha Se ela não sabe, quem sabe?, disponível nas plataformas digitais nesta sexta-feira (23), Janja relatou a conversa que teve, no início do mês, com o presidente chinês durante um jantar privado oferecido a Lula e ministros brasileiros, na qual abordaram o tema das redes sociais.

“O presidente Xi falou, inclusive, que eles também têm problemas dentro da China, apesar de haver uma regulação muito forte lá. Só se pode usar tela a partir dos 11 anos, com um horário específico. Não pode ter rede social, há toda uma regulamentação”, disse Janja ao comentar o diálogo com o líder chinês.

A primeira-dama continuou: “Ele disse: ‘Se aqui não seguir a regra, tem efeito, tem prisão, tem toda uma legislação’. E por que é tão difícil a gente falar disso aqui? Por que é tão difícil a gente falar em outros espaços, sabe? Não é uma questão de liberdade de expressão, a gente está falando de vida, estamos falando de crianças.”

O filho mais velho do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse que a primeira-dama defende modelo que “prende pessoas por uso das redes”.

Também no Instagram, Nikolas republicou o vídeo da entrevista, com uma legenda em resposta à fala da primeira-dama: “Os brasileiros não querem viver em uma ditadura. Simples.”

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que está condenada à prisão por invasão hacker a sistema do Judiciário, afirmou que Janja sugeriu aplicar no Brasil “a ‘democracia'” da China. “Não se iludam com o termo ‘regular.'”

A viagem de Lula (PT) à China neste mês ficou marcada pelo vazamento da conversa que o petista e a primeira-dama tiveram com o líder chinês sobre o TikTok.

Embora Lula tenha negado desconforto com as autoridades de Pequim, o episódio expôs o governo, com acusações sobre quem foi o responsável pela divulgação à imprensa, e irritou o presidente da República, que publicamente criticou o vazamento. Ele defendeu publicamente o direito de Janja se expressar.

Na entrevista ao podcast, Janja disse que sua fala no encontro na China “não foi quebra de protocolo” e que não vai a um jantar “só para acompanhar o marido”. “Não entrei em uma sala gritando. Não existe isso. Quer dizer que eu não posso falar? Eu não sou um biscuit de porcelana.”



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