O general Augusto Heleno, ex-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), depõe à Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) como réu no processo da trama golpista de 2022.

Ele é o quinto a falar nos depoimentos dos réus. Essa fase se iniciou na segunda-feira (9) com o coronel e ex-ajudante de ordens Mauro Cid, delator da tentativa de golpe. A oitiva dos acusados segue ordem alfabética. Depois de Heleno, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deverá ser ouvido.

Perfil

Heleno, 77, é general da reserva do Exército e foi ex-chefe do GSI durante todo o governo Bolsonaro. Como militar, ele comandou a missão de paz da ONU (Organizações das Nações Unidas) no Haiti e esteve à frente da EspCEx (Escola Preparatória de Cadetes do Exército).

Na gestão de Bolsonaro, foi um dos poucos membros do alto escalão que se manteve no mesmo cargo do início ao fim do governo. Segundo relatos das testemunhas ouvidas pela Primeira Turma, Heleno e o ex-presidente teriam se afastado a partir da segunda metade do mandato do ex-presidente.

Acusação

O ex-chefe do GSI faz parte do núcleo crucial da denúncia da trama golpista, o primeiro a ser julgado pelo STF. Assim como os outros sete réus desse grupo, ele é acusado pela PGR (Procuradoria-geral da República) dos crimes de organização criminosa armada, abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

Heleno teria desempenhado papel de conselheiro de Bolsonaro e trabalhado no “direcionamento estratégico” da organização criminosa. Segundo a acusação, ele integrou o “núcleo de inteligência paralela”, que atuaria na consumação do golpe de Estado.

O general também é investigado no caso da “Abin paralela”, no qual é apurado suposto uso das estruturas da Agência Brasileira de Inteligência, a Abin, no monitoramento de adversários políticos de Bolsonaro e na blindagem de seus filhos em investigações da Polícia Federal.

Defesa

A defesa do general afirma que as provas apresentadas pela PGR não são capazes de demonstrar o envolvimento dele na trama golpista. Além disso, o ex-chefe do GSI não teria sido citado na delação de Cid nem participado de reuniões para impedir a posse de Lula, segundo seu advogado.

O distanciamento entre Bolsonaro e Heleno, apontado pelas testemunhas, também faz parte da estratégia de defesa de afastar o general dos atos preparatórios para um possível golpe de Estado.



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