O Partido Liberal, do atual primeiro-ministro Mark Carney, venceu as eleições legislativas do Canadá, de acordo com projeções dos meios de comunicação locais, após uma campanha centrada nas ameaças feitas pelos Estados Unidos (EUA).

As projeções da votação dessa segunda-feira (28) indicam que o chefe do governo terá a maior fatia dos 343 lugares do Parlamento.

Ainda não é claro se os liberais irão conseguir maioria, o que lhes permitiria aprovar legislação sem precisar de ajuda.

As projeções dão ao Partido Liberal pelo menos 155 lugares, contra 119 do Partido Conservador, seguido pelo Bloco do Quebec (21 lugares) e pelo Novo Partido Democrático, com apenas sete lugares.

No entanto, à medida que a contagem dos votos avança lentamente, num país que abrange seis fusos horários, até agora só foram formalmente eleitos 40 deputados para os liberais contra 39 para os conservadores.

Quase 29 milhões, dos 41 milhões de habitantes do Canadá, foram às urnas, sendo que 7,3 milhões de pessoas votaram antecipadamente.

Há apenas alguns meses, o caminho parecia claro para o rival Pierre Poilievre conduzir o Partido Conservador de volta ao poder, após dez anos sob o comando do liberal Justin Trudeau.

Mas o regresso de Donald Trump à Casa Branca e sua ofensiva sem precedentes contra o Canadá, com tarifas e ameaças de anexação, mudaram a situação.

Nessa segunda-feira, em mensagem publicada na rede social Truth, Trump fez votos de “boa sorte ao grande povo do Canadá”.

Dando a entender que os eleitores canadenses deveriam escolhe-lo, apelou à eleição do “homem que tem força e sabedoria” para “cortar os impostos pela metade”, no caso de o Canadá se tornar “o 51º estado dos Estados Unidos”.

“Apenas coisas positivas, sem coisas negativas”, acrescentou Trump, defendendo que os canadenses devem optar por ser anexados por Washington.

“Os EUA não podem continuar a subsidiar o Canadá com centenas de milhões de dólares por ano, como os que gastamos no passado”, escreveu Trump.

Desde que assumiu o cargo, em janeiro deste ano, Trump tem declarado repetidamente o seu interesse em anexar o Canadá, utilizando inclusive a “força econômica” dos EUA.

Em resposta, tanto Carney quanto Poilievre rejeitaram a intromissão de Trump nas legislativas e frisaram que a decisão cabe aos eleitores.

“Isto é o Canadá e nós decidimos o que aqui se passa”, afirmou Carney, em mensagem nas redes sociais em que pediu aos cidadãos para se apresentarem “unidos e fortes”.

Poilievre também se dirigiu a Trump nas redes sociais: “Não se meta nas nossas eleições. As únicas pessoas que decidirão sobre o futuro do Canadá são os canadenses quando votarem”, afirmou.

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