Considerada um símbolo de civilidade na política, a comitiva brasileira que viajou ao Vaticano para o funeral do papa João Paulo 2º, há 20 anos, dificilmente se repetiria atualmente.
Em 2005, em seu primeiro governo, Lula convidou os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e José Sarney, além dos presidentes do Congresso e do STF e líderes religiosos, para acompanhá-lo no avião oficial do governo para a cerimônia.
Em Roma, encontraram-se com Itamar Franco, outro ex-presidente, que servia como embaixador no país europeu. O único ex-ocupante do Palácio do Planalto que não recebeu convite foi Fernando Collor.
Na época, FHC, sobretudo, era um grande crítico do governo petista. Lula, no entanto, pregou conciliação.
“Isso mostra que no Brasil estamos fazendo política de forma civilizada, madura. Podemos ter divergências, mas todos nós temos interesse que o Brasil cresça, que gere riqueza e que essa riqueza seja distribuída”, disse.
Hoje, a polarização política torna praticamente inviável a repetição da cena. Lula não tem relações com Jair Bolsonaro, principal líder da oposição, e Michel Temer, a quem acusa de “golpista” em razão do impeachment de Dilma Rousseff.
Além disso, FHC retirou-se da vida pública. Provavelmente apenas Sarney e Dilma aceitariam convite semelhante.
Lula deve comparecer ao funeral de Francisco, mas ainda não anunciou oficialmente sua presença.
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