Câmara promove Palestra sobre Saúde Mental em alusão ao Setembro Amarelo – Portal Canaã

Em meio à campanha nacional Setembro Amarelo, dedicada à conscientização e prevenção ao suicídio, a Câmara Municipal de Canaã dos Carajás realizou nesta quarta-feira, uma palestra direcionada aos servidores da casa sobre saúde mental. O evento, iniciado, às 9h, no Plenário da Casa Legislativa, contou com a participação do psicólogo Paulo Henrique. A iniciativa visa desmistificar o tema do suicídio, incentivar a busca por ajuda profissional e reforçar a importância do apoio comunitário, em um momento em que dados sobre saúde mental no Brasil alertam para um problema de saúde pública crescente.

A palestra, intitulada “Saúde Mental”, integra as ações da Câmara Municipal no Setembro Amarelo. Com o Tema “Sua vida é o que há de mais importante. Você nunca estará sozinho!”, o foco da palestra é na prevenção do suicídio, com ênfase em sinais de alerta, fatores de risco e estratégias de apoio.

O Setembro Amarelo é uma campanha anual de conscientização sobre a prevenção do suicídio, iniciada no Brasil em 2015 por instituições como o Centro de Valorização da Vida (CVV), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Seu propósito principal é alertar a sociedade sobre a realidade do suicídio, promovendo formas de prevenção e desmistificando tabus que cercam o tema. A cor amarela, adotada como símbolo, representa esperança e vida, inspirada na história real de Mike Emme, um jovem americano que cometeu suicídio em 1994 e era dono de um carro Mustang amarelo – um detalhe que seus amigos usaram para homenageá-lo e sensibilizar sobre a causa.

No Brasil, a campanha ganha relevância diante de estatísticas alarmantes. De acordo com dados do Ministério da Saúde, o país registra cerca de 13 mil suicídios por ano, com taxas crescentes entre jovens e populações vulneráveis. Em Canaã, ações locais como essa palestra buscam aproximar o debate da realidade regional, onde fatores como desemprego e isolamento social podem agravar problemas mentais.

Durante a apresentação, Paulo Henrique abordou os principais sinais de alerta para o suicídio, com base em orientações da campanha. Entre os indicadores estão mudanças drásticas de comportamento ou humor, isolamento social e perda de interesse em atividades que antes eram prazerosas. Outros sinais incluem expressões de desespero ou desânimo, falas diretas sobre morte ou suicídio, comportamentos de despedida (como doação de bens ou organização de assuntos pendentes) e abuso de álcool ou drogas.

Os fatores de risco também foram explorados, incluindo histórico de doenças mentais, traumas, perdas significativas (como luto por entes queridos), bullying, perdas financeiras ou desemprego, e divórcios. Esses elementos, segundo o psicólogo, não são determinantes isolados, mas podem se acumular e aumentar a vulnerabilidade, especialmente em contextos de falta de suporte emocional.

Um dos pilares da palestra foi o incentivo à ação coletiva e ao apoio imediato. Paulo Henrique enfatizou a importância de vínculos sociais e familiares, além do desenvolvimento de religiosidade ou espiritualidade como fatores protetores. Dicas práticas incluem escutar a pessoa em sofrimento sem julgar, validar seus sentimentos e não deixá-la sozinha – removendo, se necessário, objetos letais do ambiente.

A palestra deve encerrou com uma mensagem de esperança e ação coletiva, lembrando que o SetembroAmarelo não é apenas uma data no calendário, mas um lembrete contínuo de que a vida é o bem mais precioso. 

Em tempos de desafios emocionais, eventos como esse reforçam que a prevenção ao suicídio é uma responsabilidade compartilhada – e que a esperança, simbolizada pelo amarelo, está ao alcance de todos.