Paragominas (PA) pode respirar aliviada diante da possibilidade de um novo embate comercial entre Brasil e Estados Unidos. Dados oficiais do ComexStat mostram que, se em 2024 o município era altamente dependente das importações norte-americanas (com 45% de participação), em 2025 essa dependência praticamente desapareceu: os EUA passaram a representar menos de 1% das compras externas do município no primeiro semestre.

A mudança foi brusca e estratégica. Em contrapartida, a China assumiu o protagonismo absoluto nas importações de Paragominas, respondendo por 77% de tudo que foi importado de janeiro a junho de 2025. Outros países que ganharam destaque foram Egito (13%) e Reino Unido (7,7%).

Em 2024, Paragominas importava majoritariamente de países ocidentais: EUA (45%), França (33%) e China (11%).

Já em 2025, os papéis se inverteram: China liderou com 77%, enquanto EUA e França praticamente desapareceram do mapa de fornecedores.

Essa mudança no perfil de origem das importações protege Paragominas de possíveis retaliações comerciais anunciadas pelo governo Lula, que ameaçou taxar produtos americanos caso os Estados Unidos mantenham sua política de sobretaxas contra o Brasil.

Soja para a China, insumos da China

Além da substituição de fornecedores ocidentais por asiáticos, o município também reforçou seus laços com a China no setor exportador. A participação chinesa nas compras de produtos de Paragominas (basicamente soja) saltou de 42% em 2024 para 58% em 2025.

Ou seja: Paragominas exporta majoritariamente para a China e agora também importa quase tudo do mesmo país. A dependência foi reconfigurada, mas permanece concentrada — só que agora em um parceiro estratégico que ainda não declarou guerra tarifária ao Brasil.

Lula ameaça, mas Paragominas já se adaptou

Caso o presidente Lula leve adiante a ameaça de retaliar os EUA com tarifas de 50%, Paragominas não será atingida da mesma forma que seria no ano passado. Em 2024, a cidade estava exposta e vulnerável — hoje, está quase imune.

A decisão das empresas locais em abandonar os insumos americanos e europeus em favor de fornecedores chineses e egípcios foi, na prática, uma blindagem contra os riscos geopolíticos do governo federal.



Source link

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui