Alexandre de Moraes, o poderoso ministro do STF, aquele que outrora era exaltado como guardião da democracia e “inimigo do fascismo”, começa a sentir o fogo por baixo da frigideira. Mas o mais espantoso nessa reviravolta não é sua iminente fritura no cargo ou o desgaste público escancarado — e sim o silêncio sepulcral da esquerda, que antes berrava por cada sopro contra suas togas.
O que antes era idolatria, agora é incômodo. E, convenhamos, o fogo está alto: o ministro está sendo fritado… até por potências estrangeiras. A credibilidade caindo a 0.
A história é didática. Moraes foi elevado a uma espécie de semideus institucional após virar o rosto implacável contra bolsonaristas e opositores da esquerda. Foi transformado pela militância em símbolo de resistência, justiceiro supremo contra o “autoritarismo”, mesmo quando sua caneta passou a atropelar princípios básicos do devido processo legal. Prisões sem flagrante, censura prévia, bloqueio de contas em redes sociais — tudo aplaudido, desde que o alvo fosse do “lado errado”.
Os Estados Unidos, sob pressão de alas republicanas e grupos ligados ao ex-presidente Donald Trump, incluíram Alexandre de Moraes na lista de figuras públicas sob análise para sanções, e já há movimentações no Congresso norte-americano para aplicar a Lei Magnitsky Global. Os vistos para viagens já foram suspensos.
Agora, quando o ministro começa a ser alvejado pela imprensa e até por aliados do sistema — e sua autoridade é questionada em episódios como a prisão de brasileiros no exterior, acusações de abuso de poder e investigações que se arrastam sem transparência — o que faz a esquerda? Nada. Fingem que não é com eles.
Onde estão os editoriais inflamados de defesa da democracia? Onde está a gritaria do PSOL, do PT, dos movimentos sociais que juravam lealdade irrestrita ao “estado democrático de direito”? Sumiram. Silenciaram. Engoliram a língua diante de um personagem que agora parece incômodo para ambos os lados do tabuleiro político.
Esse silêncio é revelador: Alexandre de Moraes nunca foi um ícone da democracia, mas sim um instrumento conveniente para uma narrativa. Quando servia para atacar a direita, era herói. Agora que se tornou um estorvo, um desgaste, é descartado como peça vencida. E a esquerda, que vive cobrando coerência dos outros, se omite por conveniência.
Não é exagero dizer que Moraes está sendo “fritado”. Sua autoridade já não ecoa como antes, sua imagem sofre rachaduras visíveis e sua blindagem política começa a ceder. O tempo, implacável, cobra as escolhas feitas em nome de uma guerra ideológica.
E enquanto o ministro escorrega no próprio excesso de poder, a esquerda mostra que seu compromisso com a democracia sempre teve um asterisco: só vale quando me serve.
O que nos resta? Um STF em crise de credibilidade, uma esquerda incoerente e um país no meio de um tabuleiro onde a verdade muda conforme a conveniência ideológica.
O silêncio diz tudo. E quem cala, consente.