ESG significa “environmental, social and governance” (ambiental, social e governança), sigla usada para mensurar práticas ambientais
Por Igor Nascimento (SEMAS)
25/06/2025 08h27


A Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade (Semas) participou, na segunda-feira (23), do Engie Day 2025, evento anual da Engie Brasil, empresa líder em geração de energia renovável do país. O encontro, realizado no Museu do Amanhã, no município do Rio de Janeiro, abordou os diferentes desafios da transição energética no Brasil, abrangendo o ambiente de negócios, a visão da cadeia produtiva e a agenda ESG.
O painel “Agenda ESG” debateu questões ligadas à COP 30, ao mercado regulado de carbono, às estratégias para assegurar a transição energética e ao enfrentamento das mudanças climáticas. O debate foi moderado pela gerente de Meio Ambiente, Responsabilidade Social Corporativa e Transição Energética da ENGIE, Flavia Teixeira, com a participação do secretário adjunto de Gestão e Regularidade Ambiental do Pará, Rodolpho Bastos, e da superintendente de Transição Energética e Clima do BNDES, Carla Primavera.


O secretário Rodolpho Bastos destacou o plano de descarbonização voltado ao setor elétrico do Pará. A iniciativa propõe ações estratégicas que envolvem o desligamento de termelétricas, a ampliação da infraestrutura energética em regiões remotas e o fortalecimento de políticas públicas sustentáveis voltadas ao desenvolvimento econômico e à inclusão social.
O projeto, destacou o secretário, quer a integração de regiões isoladas ao sistema de transmissão de energia elétrica, com potencial estimado de redução de 276 mil toneladas de carbono. O plano prevê ainda a priorização do licenciamento ambiental de obras estruturantes, como linhas de transmissão e redistribuição de energia, em áreas de difícil acesso.


Além de reduzir emissões, o plano de descarbonização também dialoga com outras agendas climáticas, como a bioeconomia. “Não é possível garantir a verticalização da cadeia produtiva do açaí, no Marajó, sem energia firme. É fundamental termos agroindústria local. A energia é o ponto de partida para o desenvolvimento regional do Marajó”, comentou o secretário do Pará.
Sinergia entre licenciamento ambiental e ESG
Outro avanço significativo debatido foi a criação de conexões entre o licenciamento ambiental e as políticas de sustentabilidade das empresas (ESG). “A Semas identificou que, muitas vezes, os investimentos sociais feitos pelas empresas, por meio de suas diretorias de sustentabilidade, não dialogam com o processo de licenciamento, o que representa uma perda de potencial mitigatório e de impacto positivo”, destacou Rodolpho Bastos.


Para mudar esse cenário, o governo do Estado firmou mais de dez acordos de cooperação técnica com empresas nacionais e multinacionais, buscando alinhar os projetos de ESG aos componentes socioambientais dos licenciamentos.
Um dos exemplos é o apoio da empresa New Fortress Energy a projetos de justiça hídrica na Ilha do Combu, em Belém, e de ostreicultura sustentável no litoral paraense. Com investimentos direcionados em diálogo com o governo estadual, as ações trazem melhorias para as comunidades locais.
“O Brasil é referência global no uso de energias renováveis, com grande potencial de produção de energias limpas. Mas não teremos transição energética justa no país sem priorizar vetores de conservação e inclusão. Nosso grande desafio de transição energética é portanto a inclusão social. Na Amazônia, precisamos de uma matriz de transição energética descentralizada, democrática e inclusiva”, afirmou o secretário.
O encontro reuniu diversos debatedores, entre eles, Gustavo Labanca, Managing Director Power Networks da ENGIE Brasil; Gabriel Mann, Diretor de Estratégia e Regulação da ENGIE Brasil Energia; Carla Primavera, Superintendente de Transição Energética e Clima do BNDES, além de contar com um grande números de executivos e membros do setor de energia do país. Durante o evento, diversos painéis discutiram os desafios da transição energética para o setor de energia no Brasil, abordando temas como ambiente de negócios, visão da cadeia produtiva do setor de energia e agenda ESG.
Texto de Mário Gouveia / Ascom Semas