Um eventual retorno de Ciro Gomes (PDT) ao PSDB, 28 anos após ter deixado o partido, tem sido bem visto pelos tucanos nos bastidores mesmo após ele ter criticado, mais de uma vez, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Quando deixou a sigla, em 1997, Ciro disse à Folha que não conversava mais com FHC. Em 2018, quando disputou a Presidência da República pela terceira vez –foram quatro, ao todo, incluindo 1998, 2002 e 2022–, ele ironizou uma carta escrita pelo tucano pedindo a união das candidaturas de centro em meio à polarização que se desenhava entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad, que seguiram para o segundo turno das eleições naquele ano.
“É muito mais fácil um boi voar de costas. O FHC não percebe que ele já passou. A minha sugestão para ele, que ele merece, é que troque aquele pijama de bolinhas que está meio estranho por um pijama de estrelinhas. Porque, na verdade, ele está preparando o voto no Fernando Haddad (PT), porque ele não tem respeito a nada e a ninguém, a não ser ao seu próprio ego”, disse Ciro em um ato de campanha em Brasília, em setembro de 2018.
No entanto, os ataques foram minimizados pelo atual presidente do PSDB, o ex-governador de Goiás Marconi Perillo.
“Tenho certeza de que Ciro reconhece as virtudes do presidente Fernando Henrique Cardoso”, disse ele ao Painel.
Crítico do governo Lula (PT), Ciro tem se aproximado do bolsonarismo de olho em uma aliança no Ceará para as eleições de 2026. Ele tenta sair candidato ao governo do estado no próximo ano.
O retorno ao PSDB tem sido articulado pelo ex-governador cearense Tasso Jereissati. “Tasso é o nosso interlocutor e, ao que parece, ambos estão querendo”, disse Perillo.
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