Campeão mundial de jiu-jitsu Leandro Lo foi assassinado com um tiro em casa de shows em São Paulo, em 2022
Fátima Lo, mãe de Leandro Lo, se manifestou ao saber que o tenente da Polícia Militar, Henrique Otávio Velozo, acusado de assassinar seu filho, foi afastado da corporação por decisão unânime do Tribunal de Justiça Militar do Estado de São Paulo. Ao portal LeoDias, ela classificou a medida como uma “ótima notícia”, mas ressaltou que, apesar desse avanço, ainda aguarda que a justiça seja plenamente cumprida.
Em sua declaração, Fátima afirmou que a decisão não foi tomada por conta do homicídio, mas sim pela conduta do tenente após o assassinato de Leandro. Com falas contundentes, ela relembrou as atitudes do ex-militar diante da morte de seu filho, que era campeão de jiu-jitsu: “Ele estava de folga, bebendo, armado, procurou arrumar confusão e aí deu um tiro na cabeça do meu filho”, declarou com pesar.
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Fátima também mencionou que o tenente não prestou socorro nem acionou a polícia após o crime. Segundo a mãe do lutador, ele seguiu para uma casa tradicional da noite paulistana, onde teria chegado a ficar com uma garota de programa: “Ou seja, foi num contexto horroroso, pavoroso. Por isso que ele foi demitido da polícia”, disse a mãe do lutador, que continua clamando por Justiça.
Com julgamento previsto para o dia 5 de agosto, Fátima afirmou que espera que o agora ex-tenente enfrente a pena máxima, mesmo sabendo que isso não trará seu filho de volta: “Espero que ele seja condenado à prisão máxima e que ele vá para uma cadeia comum. É isso que nós esperamos. Não vai trazer meu filho de volta, mas nós vamos ter Justiça, eu creio”, ela lamentou.
O que aconteceu com Leandro Lo?
Em 7 de agosto de 2022, Leandro Lo foi morto com um tiro à queima-roupa na testa, dentro de uma casa de shows em São Paulo. O autor do disparo teria sido o tenente Henrique Otávio Velozo. Segundo testemunhas, ele se aproximou da mesa do lutador com provocações. Leandro reagiu, imobilizando o militar. Após ser solto, o tenente sacou uma arma, atirou na cabeça do atleta e fugiu do local.
Mesmo preso há mais de dois anos e meio, Velozo continuava recebendo salário da Polícia Militar. Com a decisão de exoneração, o Tribunal de Justiça Militar de São Paulo (TJM-SP) considerou que a conduta dele foi incompatível com os deveres de um militar, classificando os atos como desonrosos e lesivos à imagem da corporação, do Estado e aos direitos humanos.