Com o recente aumento da taxa básica de juros para 15% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom), investidores buscam as melhores alternativas para rentabilizar seu patrimônio. Saiba o impacto dessa nova taxa nos principais investimentos de renda fixa e veja qual se adequa melhor ao seu perfil.
Nesta quarta-feira (18), o Banco Central (BC) elevou a taxa Selic para 15% ao ano, o maior patamar desde julho de 2006. A decisão, que representa o sétimo aumento consecutivo, visa conter a inflação e tem impacto direto no bolso dos brasileiros, influenciando desde o custo do crédito até a rentabilidade dos investimentos.
Com a nova Selic, aplicações financeiras atreladas a este indicador tornam-se mais atrativas. Mas qual a rentabilidade real para o seu dinheiro? O Portal Canaã preparou uma análise comparativa para te ajudar a entender os rendimentos da poupança e de outras opções populares de renda fixa.
O Rendimento da Poupança com a Nova Selic
A caderneta de poupança, investimento mais tradicional do país, possui uma regra de rendimento atrelada à Selic. Quando a taxa básica de juros está acima de 8,5% ao ano, como no cenário atual, a poupança rende 0,5% ao mês mais a variação da Taxa Referencial (TR).
Considerando a Selic a 15% ao ano, o rendimento da poupança fica em torno de 6,17% ao ano mais a TR. Embora seja isenta de Imposto de Renda, sua rentabilidade continua perdendo para outras aplicações de renda fixa, especialmente em um cenário de juros altos.
Comparativo de Investimentos: Selic x Poupança x CDB x LCI/LCA
Para ilustrar o impacto da Selic a 15%, simulamos o rendimento de um investimento de R$ 1.000 e R$ 10.000 durante um ano nas principais modalidades de renda fixa. As simulações consideram o desconto do Imposto de Renda (IR) para os investimentos tributáveis, que segue uma tabela regressiva (22,5% para aplicações de até 180 dias, diminuindo até 15% para prazos superiores a 720 dias).
Investimento | Aplicação de R$ 1.000 (Rendimento Bruto Anual) | Rendimento Líquido (após 1 ano – IR 17,5%) | Aplicação de R$ 10.000 (Rendimento Bruto Anual) | Rendimento Líquido (após 1 ano – IR 17,5%) |
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Poupança | R$ 61,70 + TR | R$ 61,70 + TR (Isento de IR) | R$ 617,00 + TR | R$ 617,00 + TR (Isento de IR) |
Tesouro Selic | R$ 150,00 | R$ 123,75 | R$ 1.500,00 | R$ 1.237,50 |
CDB (100% do CDI) | R$ 149,00* | R$ 122,93 | R$ 1.490,00* | R$ 1.229,25 |
LCI/LCA (90% do CDI) | R$ 134,10* | R$ 134,10 (Isento de IR) | R$ 1.341,00* | R$ 1.341,00 (Isento de IR) |
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*A taxa DI (CDI) costuma ser muito próxima da Selic, em torno de 0,10 ponto percentual abaixo. Para esta simulação, consideramos um CDI de 14,90% ao ano.
Análise dos Resultados
Como a tabela demonstra, mesmo com a isenção de Imposto de Renda, a poupança apresenta o menor rendimento entre as opções analisadas.
O Tesouro Selic, título público considerado o investimento mais seguro do país, acompanha de perto a taxa básica de juros e se mostra uma excelente alternativa para quem busca segurança e liquidez diária.
Os CDBs que pagam 100% do CDI também oferecem uma rentabilidade atrativa, muito próxima à do Tesouro Selic. A liquidez pode variar de acordo com o banco emissor, com opções de resgate diário ou no vencimento.
Já as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Agronegócio (LCA) se destacam pela isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas. Uma LCI ou LCA que pague 90% do CDI, por exemplo, pode oferecer um retorno líquido superior ao do Tesouro Selic e de um CDB com a mesma remuneração, tornando-se uma opção muito competitiva.
O que esperar para o futuro da Selic?
Analistas de mercado estão divididos, mas a maioria projeta que a Selic deve permanecer no patamar de 15% ao ano até o final de 2025, com possíveis cortes apenas a partir de 2026. Esse cenário de juros altos prolongado reforça a atratividade dos investimentos em renda fixa.
Portanto, para o investidor que busca segurança e um bom retorno, o momento é favorável para alocar recursos em títulos pós-fixados atrelados à Selic ou ao CDI. É fundamental, no entanto, pesquisar as taxas oferecidas por diferentes instituições financeiras e considerar os prazos e a liquidez de cada aplicação antes de tomar uma decisão.