Estado e empresas de beneficiamento querem resolver os principais entraves logísticos, regulatórios e comerciais do fruto no mercado, dentro e fora do Brasil

Por Igor Nascimento (SEMAS)

18/06/2025 21h47

Em um passo decisivo para a consolidação do açaí como símbolo da bioeconomia amazônica, o Governo do Pará realizou nesta quarta-feira (18) a primeira plenária da Mesa Executiva do Açaí, que conta com empresas do setor de beneficiamento e representantes do Executivo estadual. A iniciativa busca enfrentar os principais entraves logísticos, regulatórios e comerciais dos mercados nacional e internacional do produto.

Participantes da primeira plenária da Mesa Executiva do Açaí

A Mesa faz parte das ações previstas no Plano Estadual de Bioeconomia (PlanBio), e segue o modelo de governança colaborativa lançado com sucesso no setor da castanha-do-pará. A estrutura reúne 14 empresas, além de representantes do Amazônia 2030, do Centro de Empreendedorismo da Amazônia, Instituto Clima e Sociedade (iCS) e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade (Semas), que atua como articuladora do processo.


Desafio – Camille Bemerguy, secretária-adjunta de Bioeconomia da Semas, destacou os objetivos e os desafios da iniciativa. “Esse é um espaço de troca, de comunicação. Aqui, o principal desafio é analisar no coletivo, como as demandas se apresentam e quais ações e medidas que podem ser adotadas. Então, precisamos de fato ter esse espaço pra ouvir as necessidades, trocar e poder transformar isso em medidas ou intervenções concretas. O sucesso dessa iniciativa depende, acima de tudo, do engajamento de quem faz parte dessa Mesa, dessa troca, onde vocês são os protagonistas, e nós, do Estado, temos esse papel de contribuir para a alavancagem da bioeconomia no Estado, partindo do entendimento de que se a gente tem várias bioeconomias que coexistem, precisamos fazer mais e melhor, sem deixar de trabalhar novos produtos e soluções”, explicou a secretária-adjunta.

O professor Salo Coslovsky, do “Amazônia 2030”, considera que “a Mesa Executiva ocupa um papel crítico, pois ajuda a identificar aqueles problemas que são muito compartilhados para serem resolvidos por uma empresa de cada vez, mas muito específicos de cada setor para manterem a atenção continuada do poder público. A Mesa acha esses problemas e mobiliza os interessados para resolvê-los”. 

Oportunidades – Bruno Kato, CEO da Horta da Terra, compartilhou sua experiência recente em missões comerciais na China. Segundo ele, há grande demanda no país asiático por derivados do açaí, com contratos já firmados para fornecimento de 100 toneladas de açaí em pó – e potencial para chegar a mais de mil toneladas. “O desafio é pensar o posicionamento estratégico de preços, aliado à solução de suprimentos. Precisamos garantir que mais valor permaneça na cadeia e retorne à Amazônia”, ressaltou.


Na reunião foi discutida a necessidade de certificados fitossanitários para produtos, o aumento da frequência de navios e a necessidade de contêineres refrigerados, além da urgência de uma classificação técnica nacional para produtos derivados de açaí, como polpa, pó e sorbet.

Entre as ações deliberadas na reunião estão a articulação com o Ministério da Agricultura e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para questões regulatórias e documentais, e coleta de dados para definir os temas prioritários da mMesa até 2026.



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