Pará, o coração da Amazônia, é um prato cheio para turistas e mochileiros em busca de turismo cultural, gastronômico e de aventura. Do patrimônio histórico de Belém às praias fluviais de Alter do Chão, passando pela exótica Ilha de Marajó e pelas trilhas na região de Carajás, o estado reúne experiências únicas. Se você planeja suas férias no norte do Brasil, confira a seguir o que fazer no Pará: uma viagem por sabores amazônicos, festas tradicionais e paisagens de tirar o fôlego.
Principais destinos turísticos para conhecer nas férias no Pará:
- Belém: Cultura, história e gastronomia amazônica.
- Alter do Chão: As praias de água doce mais bonitas do Brasil, no coração da Amazônia.
- Ilha de Marajó: Búfalos, praias selvagens e a rica cultura marajoara.
- Salinópolis (Salinas): O principal balneário de praia do Pará, com mar, dunas e lagoas.
- Ilha do Combú: Natureza, trilhas e o famoso chocolate amazônico, pertinho de Belém.
- Parauapebas: Trilhas, cachoeiras e o ecoturismo na Floresta Nacional de Carajás.
- Canaã dos Carajás: Novidade no mapa turístico com cachoeiras, trilhas e paisagens naturais únicas.
Belém – História, Cultura e Gastronomia Amazônica
Belém, porta de entrada do Pará, combina o charme colonial com a vibrante cultura amazônica. Ao caminhar pelo centro histórico, você encontrará igrejas seculares, fortes e casarões que contam quatro séculos de história. Um passeio imperdível é o Mercado Ver-o-Peso, um dos maiores mercados a céu aberto da América Latina. Ali, entre barracas de ervas medicinais, peixes frescos e artesanato, você sente os aromas e sabores da região e pode experimentar a tradicional culinária paraense, como o tacacá e o açaí na tigela.
A cultura local atinge seu auge em outubro, durante o Círio de Nazaré, a maior festividade religiosa do Brasil, que atrai milhões de fiéis em uma emocionante procissão. Outros pontos culturais incluem o Theatro da Paz, joia da arquitetura neoclássica, e a Estação das Docas, complexo turístico à beira da baía com museu, sorveterias (prove os sorvetes de frutas amazônicas!) e restaurantes com vista para o rio. Para uma pausa verde na cidade, visite o Mangal das Garças, parque às margens do rio Guamá onde iguanas e garças circulam livremente em meio a jardins, ou o Parque Estadual do Utinga, ideal para trilhas, ciclismo e observação de fauna.
Gastronomia paraense: Belém é reconhecida pela sua cozinha única. Não deixe de provar iguarias como pato no tucupi, maniçoba e caruru, disponíveis em feiras e restaurantes típicos. A cidade também abriga o Polo Joalheiro São José Liberto, onde além de joias de gemas amazônicas há uma chocolateria com bombons de sabores regionais, ilustrando a fusão de cultura e gastronomia local.
Dicas de Viagem – Belém:
- Como chegar: Voo direto para o Aeroporto Internacional de Belém (Val-de-Cans) saindo das principais capitais. De barco, é possível chegar a Belém pelo rio Amazonas, em rotas desde Manaus (uma aventura por si só).
- Melhor época: De agosto a dezembro chove menos (o “verão amazônico”), ótimo para passeios ao ar livre. Em outubro ocorre o Círio de Nazaré (alta temporada, cidade lotada).
- Onde ficar: A cidade oferece desde hostels no centro histórico até hotéis de luxo em bairros como Nazaré. Hospedar-se próximo aos pontos turísticos facilita explorar a pé.
- Transporte: Belém tem serviços de táxi e aplicativos de transporte abundantes. Para ilhas próximas (como Mosqueiro ou Cotijuba) e Marajó, partem embarcações diárias do porto local.
Alter do Chão – Praias do Tapajós e Cultura Ribeirinha
Barcos de transporte ancorados na praia de Alter do Chão, em Santarém. A vila é conhecida como “Caribe Amazônico” por suas praias de areia branca que surgem durante a vazante do Rio Tapajós. Alter do Chão atrai turistas em busca de paisagens paradisíacas em plena Amazônia.
Alter do Chão, uma vila às margens do rio Tapajós (município de Santarém), guarda a praia de água doce mais bonita do Brasil, segundo publicações internacionais. Na estiagem (de agosto a novembro), as águas cristalinas do Tapajós baixam e revelam bancos de areia branca formando ilhas e praias – daí o apelido de “Caribe Amazônico”. O cartão-postal é a Ilha do Amor, bem em frente à vila, onde você chega em 5 minutos de canoa. A recompensa? Tomar sol e banho em águas mornas rodeadas pela floresta, um cenário único.
Mas Alter do Chão não é só praia. É um ótimo destino de turismo de aventura no Pará: você pode fazer passeios de barco pelos rios e igarapés, explorando belas paisagens como a Floresta Encantada (mata inundada com igarapés transparentes) e visitar comunidades ribeirinhas que produzem artesanato em látex e palha. Para quem gosta de caminhar, a trilha da Serra da Piraoca leva a um mirante natural com vista panorâmica do Tapajós e das ilhas. Outra experiência imperdível é conhecer a Floresta Nacional do Tapajós (Flona), área de conservação com trilhas ecológicas entre gigantescas árvores amazônicas e visita a comunidades tradicionais que extraem borracha e óleo de copaíba.
No aspecto cultural, Alter do Chão realiza todo mês de setembro o Festival do Sairé, uma festa folclórica secular que mistura rituais indígenas e celebrações religiosas, com danças, música e competições de bois-bumbás às margens da lagoa. É uma oportunidade de vivenciar a tradição cabocla autêntica do Pará.
Gastronomia local: Em Alter do Chão, saboreie peixes amazônicos preparados na brasa, como tucunaré e pirarucu, muitas vezes servidos com farinha d’água (farinha de mandioca crocante) e aquele açaí bem grosso. Barracas de praia servem petiscos como isca de peixe e caldeirada (cozido de peixe com tucupi e jambu). Não deixe de provar também o suco de cupuaçu e tapioquinhas recheadas vendidas na praça da vila à noite.
Dicas de Viagem – Alter do Chão:
- Como chegar: Voe até Santarém (1h20 de Belém ou 2h de Manaus) e de lá siga 38 km de carro ou van até Alter do Chão. Alternativamente, aventure-se em um cruzeiro fluvial: barcos regionais ligam Belém a Santarém em viagens de 2 a 3 dias pelo rio Amazonas.
- Melhor época: Agosto a novembro, quando há praias extensas e águas claras. No início do ano, as cheias cobrem as praias, mas a paisagem continua linda e os passeios de barco ganham foco. Em setembro, o Festival do Sairé anima a vila.
- Onde ficar: Alter tem várias pousadas familiares e hostels charmosos. Para mais infraestrutura, hospede-se em Santarém e faça bate-volta (38 km). Porém, dormir na vila permite curtir o pôr do sol na praia e a vida noturna tranquila dos bares com música regional.
- Transporte: A vila é pequena – faz-se quase tudo a pé. Para conhecer praias mais distantes (Ponta do Cururu, Ponta de Pedras) ou a Flona Tapajós, contrate passeios de barco ou 4×4 com guias locais. Valorize os condutores comunitários, que conhecem a região profundamente.
Ilha de Marajó – Búfalos, Praias Selvagens e Cultura Marajoara
Marajó é a maior ilha fluviomarinha do mundo, onde os rios Amazonas e Tocantins encontram o oceano. Conhecida pelos campos alagados e criação de búfalos, a ilha oferece desde praias quase desertas até um rico patrimônio cultural indígena e colonial. Ao desembarcar em Soure – principal cidade da ilha – você logo avista búfalos por toda parte, seja pastando, puxando carroças ou até servindo de montaria turística. Esses dóceis gigantes são símbolo de Marajó e rendem experiências inusitadas: muitos visitantes fazem questão de tirar uma foto montados em um búfalo na praia.
Para quem busca praia, Marajó não decepciona. A Praia do Pesqueiro, a 12 km de Soure, é uma das mais belas: uma larga faixa de areia dourada cercada por dunas e coqueiros, com pequenas barracas que servem pratos locais. Mais que um banho de mar (a água é salobra, mistura de rio e oceano), o Pesqueiro proporciona um mergulho cultural – é área de comunidade pesqueira e de extrativistas. Ali perto, você pode visitar uma pequena olaria de cerâmica marajoara, ver de perto a produção artesanal com técnicas indígenas milenares e apreciar o modo de vida caboclo nas fazendas de búfalos. Outras praias incluem Barra Velha e Joanes, ótimas para ver o pôr do sol e famosas pelos ventos constantes que favorecem esportes náuticos (em Joanes, ondas de até 1,5 m atraem praticantes de kitesurfe e windsurfe).
A cultura marajoara se expressa também na música e dança – o carimbó marajoara, variante local do ritmo paraense, anima festivais e apresentações folclóricas. Em agosto, algumas cidades realizam o Festival do Carimbó, celebrando essa herança. Há ainda museus simples mas ricos em história, como o Museu do Marajó (na cidade de Cachoeira do Arari), ideal para conhecer o legado indígena Marajoara e a história da colonização jesuítica na ilha.
Gastronomia marajoara: Prepare-se para sabores rústicos e únicos. A carne de búfalo é destaque – prove o filé marajoara, feito com queijo de leite de búfala derretido sobre a carne. O queijo do Marajó, de consistência cremosa, é uma iguaria local para comer puro ou com doces. Nos restaurantes de Soure, experimente a caldeirada de filhote (peixe amazônico cozido com especiarias) e o turú, um molusco de mangue servidos em vinagrete – sim, os marajoaras comem ostrinha de mangue! Tudo isso pode ser acompanhado de farinha de mandioca e do autêntico açaí grosso paraense. Para adoçar, doce de leite de búfala ou sorvete de murici, fruta típica.
Dicas de Viagem – Marajó:
- Como chegar: A partir de Belém, barcos e navios saem diariamente do Terminal Hidroviário, levando 3 horas até o porto de Camará (em Salvaterra) ou 4 horas direto para Soure. De Camará há ônibus/van para Soure (1h). Também existe catamarã rápido (2h) Belém-Soure, em dias específicos.
- Melhor época: Entre junho e novembro, quando há menos chuvas e as estradas de terra ficam transitáveis. Em julho (férias) as praias ficam mais animadas com veranistas; já em janeiro-abril, chuvas intensas podem dificultar deslocamentos, mas a paisagem verde dos campos alagados fica exuberante.
- Onde ficar: Soure oferece pousadas charmosas e pequenas, algumas em estilo rústico praiano. Salvaterra (do outro lado do rio Paracauari) também tem hospedagens. Para uma experiência diferente, considere se hospedar em fazendas turísticas, como Fazenda São Jerônimo, que oferecem cavalgadas entre búfalos e passeios de canoa pelos igarapés.
- Transporte na ilha: As vias principais são de terra. Leve dinheiro em espécie para alugar moto-táxis, triciclos ou jipes que fazem traslados até as praias. Em Soure, é fácil alugar motos ou bicicletas. Muitos passeios (como a visita a Fazendas e comunidades) podem ser agendados com guias locais. Aproveite para fazer passeios de canoa pelos igapós e observar guarás (aves vermelhas) ao entardecer, um espetáculo natural de Marajó.
Salinópolis (Salinas) – Sol, Mar e Verão Paraense
Kitesurfistas aproveitando os ventos na Praia do Atalaia, em Salinópolis, um dos destinos de verão mais populares do Pará. As águas mornas e extensas faixas de areia de Salinas atraem famílias e praticantes de esportes náuticos. Durante a maré baixa, é possível dirigir na areia desta praia, uma característica única que encanta os visitantes.
Conhecida carinhosamente como Salinas, Salinópolis é a principal cidade litorânea do Pará, famosa por suas belas praias atlânticas. No mês de julho, durante as férias escolares, a cidade se transforma no point dos paraenses em busca de sol e mar – é o verão amazônico em seu auge. A Praia do Atalaia é o epicentro dessa badalação: uma longa praia de areias brancas onde, curiosamente, os carros podem trafegar na areia durante a maré baixa (prática controlada que já virou tradição). O Atalaia oferece infraestrutura de quiosques e barracas que servem desde cerveja gelada e água de coco até refeições completas à base de peixes e frutos do mar. Nas piscinas naturais que se formam na vazante, crianças se divertem com segurança, enquanto adultos praticam futebol de areia ou kite-surf – os ventos por lá são excelentes para esportes de vela.
Outra praia imperdível é a Praia do Maçarico, que fica na orla urbana de Salinópolis. Com calçadão, iluminação e quiosques, o Maçarico é ideal para caminhadas no fim da tarde apreciando a brisa do mar. Ao recuar da maré, bandos de pássaros aparecem nos manguezais próximos, um prato cheio para quem gosta de fotografia de natureza. Pertinho dali, a Lagoa da Coca-Cola (assim apelidada pela cor escura de suas águas, rica em matéria orgânica) é mais uma atração peculiar – as pessoas aproveitam para banhos relaxantes de argila natural nas margens da lagoa.
Salinópolis também serve de base para visitar outras maravilhas do litoral paraense. De lá partem passeios de barco para a Ilha do Atalaia (ou Ilha da Coroa Vermelha, também chamada de Ilha do Amor, não confundir com Alter do Chão), com bancos de areia deslumbrantes mar adentro. E a 30 km está Marudá e a Ilha de Algodoal (Maiandeua) – esta última, um paraíso rústico sem carros, com dunas, lagoas e a famosa Praia da Princesa, considerada uma das mais bonitas do Pará.
Gastronomia de Salinas: Sendo uma cidade de pesca e veraneio, Salinópolis é renomada pelos pratos de frutos do mar. Nas barracas do Atalaia, experimente a caldeirada paraense (peixes cozidos com tucupi, jambu e verduras) ou o churrasco de peixe na brasa, temperado ao estilo regional. A caranguejada é programa típico: sentar à mesa com um martelinho para quebrar caranguejos cozidos ao leite de coco – uma delícia divertida. Outro prato local é o patinha de caranguejo à milanesa (empanada e frita). Para petiscar, unia (chips de banana frita) e castanha-do-pará torrada são ótimas pedidas. À noite, na orla do Maçarico, há food trucks e barracas que vendem desde sanduíches regionais até açaí com tapioca.
Dicas de Viagem – Salinópolis:
- Como chegar: Salinópolis fica ~220 km de Belém. De carro, o acesso principal é via BR-316 e PA-324 (cerca de 3h30 de viagem). Há ônibus regulares de Belém para Salinas (as viações unem a capital ao litoral).
- Melhor época: Julho é alta temporada, com muito movimento e eventos de verão (shows na praia, etc.). Se prefere tranquilidade, vá entre agosto e novembro, ainda com sol forte porém praias mais vazias. Evite março e abril, pico das chuvas.
- Onde ficar: A cidade dispõe de hotéis, pousadas e muitas casas de temporada. Na época de veraneio, famílias locais alugam casas próximas às praias. Se for nessa época, reserve com antecedência. Para uma experiência diferenciada, há resorts e hotéis com piscinas e áreas de lazer, ótimos para ir com crianças.
- Transporte: Em Salinas, é útil estar motorizado (carro ou buggy) para explorar as praias mais distantes ou carregar cadeira e cooler até a areia. No Atalaia, dirija somente na área permitida e nos horários adequados (a polícia orienta) e atenção à tábua de marés para não ter o carro “engolido” pela maré cheia! Dentro da cidade, mototáxis e táxis circulam, e muitas atrações estão concentradas na orla urbana.
Ilha do Combú – Natureza e Sabores às Portas de Belém
A apenas 15 minutos de barco de Belém, atravessando o rio Guamá, fica a pequena Ilha do Combú – um refúgio de floresta e rios que proporciona turismo de experiência sem ir longe da capital. O Combú é uma ilha ribeirinha onde não há carros: lá o visitante encontra trilhas na mata, igarapés para banho e, principalmente, uma gastronomia amazônica autêntica, com direito a chocolate artesanal e almoço em palafitas sobre o rio.
A ilha ganhou fama graças à Dona Nena, produtora local de cacau que criou o “Chocolate da Ilha do Combú”. Na Casa do Chocolate dela (também chamada Filha do Combú), é possível visitar plantações de cacau no quintal da floresta, conhecer o processo artesanal de produção e degustar chocolates e brigadeiros feitos ali mesmo, com cacau orgânico e sabores amazônicos (cupuaçu, jambu etc.). Essa imersão na bioeconomia do cacau virou um dos pontos altos do turismo no Combú.
Outro atrativo é almoçar num dos restaurantes rústicos da ilha, acessíveis de barco. Um dos mais conhecidos é o Saldosa Maloca, onde você pode se deliciar com peixe assado envolto em folha de bananeira, camarão no bafo e saladas com jambu, tudo acompanhado de suco de bacuri ou cerveja bem gelada, enquanto aprecia a vista do rio e da floresta. Muitos desses restaurantes têm trapiches e decks sobre o igarapé – algumas mesas ficam literalmente “na água” na época de cheia, tornando a experiência única.
No Combú, a vida comunitária é uma atração em si: cerca de 2 mil moradores vivem do extrativismo de açaí, cacau e pesca. Em passeios guiados, você aprende sobre a coleta do açaí – subindo em altas palmeiras – e pode provar o açaí fresquinho, grosso e sem gelo, servido como os paraenses comem (com peixe frito e farinha). As trilhas te levam a igarapés de água preta refrescante; pelo caminho, veja seringueiras centenárias e ouça os cantos de pássaros amazônicos. É comum avistar guaribas (macacos) nas copas ou preguiças penduradas nas árvores se alimentando tranquilamente.
Dicas de Viagem – Ilha do Combú:
- Como chegar: Vá até o porto ou trapiche de embarcações na Praça Princesa Isabel (bairro Condor, em Belém) ou na Marina do Davi, e negocie com barqueiros locais a travessia de voadeira (pequeno barco a motor). A travessia dura 10 a 15 minutos pelo rio. Combine o horário de retorno com o barqueiro.
- Melhor época: Qualquer época, mas em fins de semana ensolarados há mais movimento de famílias nos restaurantes. Durante a estação chuvosa (dezembro a maio), algumas trilhas podem ficar alagadas e os igarapés transbordam – leve sandálias e capa de chuva.
- O que levar: Repelente (estamos na floresta), protetor solar, roupa de banho e dinheiro em espécie (a ilha não possui bancos, e nem todos os lugares aceitam cartão devido ao sinal instável).
- Experiência extra: Se tiver tempo, considere fazer um passeio de canoa ou stand up paddle pelos igarapés do Combú, acompanhado de guias locais. É uma forma silenciosa e ecológica de adentrar a floresta alagada, observar pássaros e quem sabe ver pequenos jacarés e quelônios d’água. O Combú oferece um gostinho da selva amazônica sem sair de Belém – perfeito para quem busca natureza com facilidade de acesso.
Parauapebas – Aventura e Ecoturismo na Capital do Minério
Bem-vindo a Parauapebas, no sudeste do Pará, cidade conhecida por abrigar o maior complexo minerador de ferro do planeta (Serra dos Carajás) e, ao mesmo tempo, por suas belezas naturais. O apelido “Capital do Minério” contrasta com outra vocação: Parauapebas se posiciona hoje como a capital do ecoturismo de Carajás, porta de entrada para trilhas, cavernas, cachoeiras e florestas exuberantes da região de Carajás.
O grande destaque é a Floresta Nacional de Carajás (FLONA Carajás), uma área de conservação amazônica rica em biodiversidade, que envolve as minas. Com autorização prévia, visitantes podem acessar a Flona e conhecer atrações como a Trilha Lagoa da Mata, trilha ecológica que atravessa a selva passando por cavernas ferríferas, árvores centenárias e levando até uma lagoa verde esmeralda que se forma no período de chuvas. Essa caminhada guiada combina aventura e educação ambiental – guias locais explicam sobre a fauna (onças, macacos, aves raras como a harpia) e a flora endêmica adaptada ao solo mineral. Para quem gosta de observação de aves, a Flona é um prato cheio: Parauapebas promove a rota do birdwatching, com possibilidade de avistar espécies icônicas da Amazônia como a harpia (gavião-real) e araras.
Dentro da Flona está também o Parque Zoobotânico de Carajás, mantido pela mineradora Vale, onde centenas de animais amazônicos (onças, antas, macacos, jacarés e aves diversas) vivem soltos em uma área de matas equivalente a 30 campos de futebol. A visita ao Parque Zoobotânico é gratuita e perfeita para famílias – um safári amazônico guiado, com segurança, onde se aprende sobre conservação e pesquisa das espécies locais.
Os arredores de Parauapebas apresentam várias opções de lazer aquático, conhecida como a “rota das águas”. São balneários e cachoeiras de águas claras, ideais para se refrescar do calor amazônico. Entre os preferidos estão o Balneário do Joca (16 km do centro, com piscinas naturais e área de piquenique) e o Balneário Espaço Família, mais próximo da cidade e de fácil acesso, ambos com estrutura simples porém aconchegante. Já para quem busca quedas d’água, as trilhas levam a cachoeiras como a Cachoeira Véu de Noiva (que desliza por rochas parecendo um véu), a Cachoeira das Águas Claras e a do Recanto do Vale – todas em meio à vegetação, perfeitas para um dia de aventura e banho gelado revigorante. Em algumas é possível praticar rapel com instrutores (informações na Secretaria de Turismo local).
A 60 km de Parauapebas, no alto da Serra das Andorinhas, situa-se o Garimpo das Pedras, uma antiga área de extração de pedras semipreciosas que hoje surpreende os visitantes com fontes de água termal naturais. Imagine mergulhar em piscinas de águas quentinhas no meio da serra! Esse complexo de águas termais, embora pertença ao município vizinho de Marabá, fica a menos de 2h de carro de Parauapebas e vale o passeio. O local tem restaurante e camping, e permite banhos noturnos sob as estrelas – uma experiência única e relaxante.
Após tanta atividade, Parauapebas também revela agradáveis surpresas urbanas. No alto de uma colina no centro está a Praça da Bíblia, com um mirante que proporciona vista panorâmica da cidade, ótimo para apreciar o pôr do sol. À noite, a cidade oferece opções de bares e restaurantes variados – afinal, com uma população vinda de todas as partes do Brasil devido à mineração, a gastronomia local é eclética. Há desde churrascarias e pizzarias até locais que servem gastronomia paraense, como caldeirada e tacacá, e até cervejaria artesanal à beira-rio. Não deixe de provar os sucos de frutas regionais (cupuaçu, taperebá) e pratos com carne de sol e queijo coalho, ingredientes trazidos por migrantes nordestinos, que se mesclam aos sabores amazônicos em Parauapebas.
Dicas de Viagem – Parauapebas:
- Como chegar: Parauapebas fica ~700 km de Belém por rodovia (cerca de 11h de viagem de carro ou ônibus). A maneira mais rápida é voar até o Aeroporto de Carajás (CKS), que atende Parauapebas, com voos diretos de Belém e outras capitais. Outra opção interessante é o Trem da Vale: uma linha ferroviária de passageiros liga Parauapebas a São Luís (Maranhão), numa viagem épica de 16 horas cortando o interior do Pará – é uma experiência pitoresca para os amantes de viagens sobre trilhos.
- Melhor época: Junho a novembro, quando as chuvas diminuem, facilitando o acesso às atrações naturais. Em julho, Parauapebas costuma promover programações de férias nos balneários. Evite março e abril, que têm chuvas fortes podendo inviabilizar trilhas nas cachoeiras.
- Onde ficar: A cidade oferece hotéis executivos confortáveis (voltados ao público de negócios da mineração) e, nos arredores, pousadas de ecoturismo. Por exemplo, na rota das águas há chalés como o Ventura em meio à natureza, e balneários como Águas de Maria que também têm área de camping e hospedagem. Reserve com antecedência se houver eventos ou se planejar a viagem na época da Feira de Negócios local (quando a hospedagem lota).
- Dicas extras: Contate a Secretaria de Turismo (SEMTUR) ou operadores locais para agendar visitas à Flona Carajás – o acesso é controlado e requer autorização, mas é gratuito. Use roupas leves, calçados fechados e repelente para as trilhas. E se tiver tempo, não perca a chance de esticar a viagem até Serra Pelada (próximo a Parauapebas), o histórico garimpo de ouro a céu aberto, hoje desativado – a cratera lendária pode ser visitada e está se tornando ponto turístico histórico da região.
Canaã dos Carajás – Ecoturismo e Novos Horizontes na Terra do Cobre
Canaã dos Carajás, cidade vizinha a Parauapebas, é um destino emergente no Pará, conhecida principalmente pela mineração de cobre e ferro, mas que vem revelando tesouros naturais e culturais para visitantes. Por estar numa região de serras e matas preservadas, Canaã oferece passeios ecológicos e de aventura, ideais para quem busca sair do roteiro comum e desbravar novas paisagens.
Um dos pontos altos é a Cachoeira do Goiano, situada na zona rural de Canaã. Após percorrer estradas de terra e trilhas leves em meio à mata nativa, os visitantes são recompensados com uma linda queda d’água que forma piscinas naturais cristalinas. A Cachoeira do Goiano se tornou o queridinho dos moradores e turistas locais para um dia de contato com a natureza – faça um piquenique às margens do igarapé e aproveite o mergulho refrescante em meio à vegetação exuberante. Ali perto há outras cachoeiras menores e córregos, então vale ir com um guia da região para não perder nenhum recanto escondido.
Canaã dos Carajás também abriga o Parque Municipal Veredas dos Carajás, uma unidade de conservação criada em 2011 como compensação ambiental do projeto minerador Sossego. O parque protege nascentes de água e veredas (áreas alagadas típicas do Cerrado/Amazônia) e conta com trilhas interpretativas onde é possível observar macacos, aves e quelônios em seu habitat. É um local educativo, com centro de visitantes, ideal para famílias e escolas conhecerem mais da ecologia regional. Além disso, o Bosque Gonzaguinha (Matinha), no centro da cidade, é um pequeno zoológico a céu aberto: um bosque urbano onde trilhas passarelas permitem ver macacos, aves e outros animais resgatados, vivendo em meio à floresta dentro da cidade.
Para um passeio relaxante em Canaã, vá ao Lago dos Buritis, um lago ornamental rodeado por calçadão e área verde. Moradores adoram caminhar ali no fim da tarde, fazer piqueniques e tirar fotos no letreiro colorido da cidade, instalado nas proximidades. À noite, o ponto de encontro é a Praça de Alimentação no centro, onde diversas barracas e food trucks oferecem desde pizza e hamburguer até churrasquinho e pratos regionais – uma ótima chance de provar a culinária local de maneira informal, junto com a comunidade.
Mesmo jovem (Canaã tem pouco mais de 25 anos de emancipação), a cidade cultiva tradições. As festas juninas e o aniversário da cidade em setembro costumam ter arraiais e shows ao ar livre. A Paróquia de São Pedro e São Paulo, uma das primeiras construções da cidade, vale a visita pela arquitetura simples e pelo simbolismo na história local – São Pedro é padroeiro dos mineradores.
Dicas de Viagem – Canaã dos Carajás:
- Como chegar: Canaã fica cerca de 70 km de Parauapebas e 200 km de Marabá. De Belém, a forma mais prática é voar até Carajás (Parauapebas) ou Marabá e então seguir de carro/ônibus. Há ônibus diários de Parauapebas para Canaã (viagem ~1h30) e vans que fazem o trajeto. A estrada entre as duas cidades (PA-160) é asfaltada e bem mantida.
- Melhor época: Assim como Parauapebas, a estação seca de junho a novembro facilita os passeios ao ar livre. No inverno amazônico (dezembro a maio), as cachoeiras estarão caudalosas, porém o acesso em dias de chuva pode ser um desafio em estradas de chão.
- Onde ficar: Canaã, por ser polo de mineração, possui alguns hotéis e pousadas voltados a viajantes a trabalho, oferecendo conforto básico. Para turistas de lazer, há opções simples e acolhedoras no centro. Se preferir contato máximo com a natureza, consulte guias locais sobre a possibilidade de acampar próximo à Cachoeira do Goiano ou em propriedades rurais (sempre com permissão).
- Dica extra: Aproveite a estadia para conhecer a Serra do Sossego, onde fica a mina de cobre. Embora a área mineradora em si não seja aberta à visitação casual, a paisagem ao redor impressiona – são formações de serras e cangas (vegetação sobre solo rico em ferro) únicas. Nos arredores, moradores oferecem passeios off-road levando a mirantes naturais, como o Morro das Antenas, de onde se avista toda a região de Canaã dos Carajás e a vastidão verde da Floresta Nacional de Carajás ao fundo. Um visual incrível, especialmente ao nascer do sol.
Diversidade Paraense à Espera do Viajante
Deu para notar que turismo no Pará é sinônimo de diversidade e autenticidade. Poucos lugares no Brasil oferecem, em um só estado, uma capital histórica com rica gastronomia paraense, praias fluviais dignas do Caribe, florestas tropicais intocadas, ilhas cheias de tradição e até cenários de mineração que se transformam em rotas de aventura. Seja explorando um mercado secular em Belém, seja navegando pelos rios de Alter do Chão, galopando um búfalo em Marajó ou tomando banho de cachoeira em Carajás, o turista encontra experiências inesquecíveis.
Planeje suas próximas férias com estas dicas do que fazer no Pará e prepare-se para se encantar com a hospitalidade do povo paraense e com a força cultural e natural do estado. Turismo de aventura, ecoturismo, turismo cultural ou gastronômico – o Pará tem tudo isso. Agora é com você: arrume as malas, aventure-se por esses destinos e descubra por que o Pará é um destino único no norte do Brasil. Boa viagem e te esperamos de portas abertas – ou melhor, de braços abertos, como diz o paraense!
Venha viver o Pará nas suas próximas férias! Cada destino apresentado aqui oferece um pedaço do coração amazônico, e juntos eles formam uma viagem completa repleta de sabor, história e emoção. Não perca tempo: inclua o Pará no seu roteiro e volte para casa com histórias incríveis para contar e aquela vontade de retornar em breve a essa terra maravilhosa. Até breve e boa aventura!
Fontes Pesquisadas: Secretaria de Turismo do Pará, Portal Canaã (notícias e guias de viagem), Agência Pará, O Liberal (coluna de viagem) e relatos de viajantes experientes, entre outras fontes confiáveis citadas ao longo do texto.