Instituição já investiu mais de R$ 2 milhões em projetos de pesquisa e inovação relacionados à cadeia produtiva do açaí
Por Manuela Oliveira (FAPESPA)
15/06/2025 18h30
A Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa) marcou presença na 3ª edição do Festival Internacional Açaí Pará. O evento foi realizado no Hangar Centro de convenções e contou com a exposição de diversos projetos apoiados pela Fapespa.
A Fundação enquanto órgão de fomento a pesquisa, reuniu representantes e pesquisadores para apresentar produtos desenvolvidos pela Fapespa. Entre eles estão os projetos desenvolvidos pela Diretoria de Estudos e Pesquisas Ambientais (Dipea).
“Esses estudos têm a função de mostrar à sociedade dados relativos à sustentabilidade do Pará e de suas regiões. Como exemplo nós temos o boletim das Ilhas e o barômetro da sustentabilidade, que já estão disponíveis no site da Fapespa. Nós criamos um painel onde a gente resumiu esses dados de forma mais interativa e com mais detalhes para facilitar a compreensão e leitura para a população”, explica o pesquisador e bolsista da Fapespa, André Barros.
Os boletins representam um estudo integrado das paisagens socioambientais das ilhas do Estado, com foco em suas potencialidades físicas, sociais e ecológicas. Já foram produzidos boletins específicos para as Ihas de Cotijuba, Mosqueiro, Caratateua, Combu, Ilha das Onças e Adjacentes
Somente na área da cadeia produtiva do açaí, a Fapespa investe mais de R$ 2 milhões em projetos de pesquisa e inovação. Através das Chamadas públicas, diversos projetos já foram contemplados, como a iniciativa “Bioembalagens da Amazônia” desenvolvido por estudantes da Universidade Federal do Pará(UFPA).
Semente – “Atualmente nós estamos coordenando um projeto financiado pelo governo do Estado do Pará, através da Fapespa. Esse projeto, ele trata de uma semente que é muito importante para nós, o caroço do açaí. Então, nós estamos estudando como reaproveitá-lo, como torná-lo um produto economicamente viável, com todas as perspectivas da bioeconomia no Estado do Pará. Então a partir desses insumos nós criamos embalagens biodegradáveis. A Fapespa vem sendo fundamental para que o nosso projeto venha se concretizar aqui na nossa região”, afirma o coordenador da pesquisa e professor do Instituto de Ciências e Artes Naturais, da Faculdade de Química da UFPA, José Rego.
“O nosso projeto do Laboratório de Bioplásticos da Amazônia, trabalha com biofilmes feitos do caroço de açaí. Nós pegamos o caroço de açaí que geralmente é jogado fora e utilizamos para fazer várias modificações de matérias-primas, como os bioplásticos, para substituir sacolas feitas de petróleo, por um material resistente e de rápida degradação no meio ambiente”, complementa a estudante da UFPA e pesquisadora Gabrielly Castro.
O Festival também representa uma oportunidade para empreendedores, que promovem exposições e venda de produtos derivados do açaí , além de apresentar tecnologias inovadoras para a colheita e aproveitamento do fruto.
Alavanca – A empreendedora Helana Lima comenta sobre “A Feira vem sendo um bom espaço de visualização de produtos inovadores e alavancando nosso negócio. O nosso sorvete de açaí acompanha ingredientes nossos, daqui do Pará como por exemplo a tapioca, o cupuaçu e também temos diversos tipos de calda. Dentre elas, nós temos o mel de açaí, que vem da fazenda Terruá, onde as abelhas que polinizam os frutos de açaí, voltam para a sua colmeia e produzem o mel, e é a partir dessa polinização feita nas árvores de açaí, que é feito o mel de açaí, um produto nosso, legalizado e patenteado” explicou Helana.
O evento também oferece cursos de capacitação gratuita para batedores de açaí artesanal. A iniciativa busca valorizar os trabalhadores do açaí e garantir boas práticas sanitárias no preparo da bebida.
Líder – Segundo dados divulgados pela Fapespa no ano passado, os postos de trabalho formais ligados ao açaí cresceram mais de 800%. Nos últimos 20 anos, o número de propriedades produtoras ultrapassou dos 500%. O açaí cultivado no Pará domina a produção nacional (87%) e o Estado, que já chegou a exportar menos de meia tonelada do fruto, já ultrapassa a marca de 61 mil toneladas anuais, de acordo com a pesquisa.
“O festival do açaí traz a oportunidade para os diferentes elos dessa cadeia produtiva apresentarem suas inovações, discutirem novas estratégias e, é claro, apresentar pra sociedade todas as delícias dessa árvore que é uma verdadeira dádiva da natureza que o mundo está aprendendo a valorizar e degustar”, destacou o presidente da Fapespa, Marcel Botelho.
Texto da estagiária Alice Mendonça, com supervisão de Manuela Oliveira (Ascom – Fapespa)