Em meio a ultimatos, confrontos e rebeldias, o que a fortaleza do centrão está dizendo ao governo é que não existe mais base aliada. O conceito está superado na forma e no conteúdo.

Por base, entende-se o que dá sustentação, e por aliada compreende-se uma associação na defesa de objetivos comuns.

Nada disso se faz presente no relacionamento entre o Palácio do Planalto e os partidos com assento no ministério. Não há alicerce nem aliados de fé no campo dos políticos costumeiramente incluídos naquela expressão já obsoleta.

Não há oficialização de rompimento, por interesse de parte a parte. Mas em ambas as partes reside a percepção do antagonismo entre os respectivos propósitos: o PT quer se manter na cadeira presidencial e o centrão quer tirá-lo de lá na próxima eleição.

Embora seja esse o resumo da história, há um passo a passo na trajetória que adia o desfecho para o início de 2026. E quanto mais se aproxima a data do mais que provável desenlace, mais fortes e frequentes os atritos.

O confronto da vez deu-se de novo em decorrência de uma barbeiragem governamental, na edição de um decreto de aumento das alíquotas do IOF ao arrepio das consequências. A coisa transbordou para um embate acerca de quem deveria ser a iniciativa de propostas por cortes de gastos.

O Executivo joga a bomba para o Legislativo que devolve o artefato ao colo do vizinho. Fica, assim, posto um impasse sem solução porque, de fato, nenhum dos dois quer, na véspera do ano eleitoral, pôr as mãos na cumbuca do corte de benefícios, isenções fiscais, programas sociais, privilégios previdenciários e emendas parlamentares, dentre outras premências orçamentárias.

A votação da urgência do projeto que pode derrubar o decreto do IOF é um gesto político que tem a ver com as eleições, mas pode ter a ver também com a liberação de emendas.

Se forem pagas e o clima hostil arrefecer, restará evidente que no momento pesam mais a ganância por recursos do Orçamento que as futuras ambições eleitorais.


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